terça-feira, 29 de setembro de 2015

Papa Francisco reitera: “Não existe divórcio católico”

 

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Papa Francisco destaca a indissolubilidade do matrimônio e, sobre os divorciados que voltam a se casar, diz que é “simplista dizer que possam comungar”

“Não existe divórcio católico: é que não existiu matrimônio. E, se existiu, é indissolúvel”, disse o Santo Padre na entrevista coletiva a bordo do avião de volta para Roma.

Respondendo a uma das perguntas dos jornalistas, o papa explicou que, a recente reforma dos processos de nulidade matrimonial foi pedida “pela maioria dos padres sinodais nas reuniões do ano passado. Era preciso agilizar os processos. Havia processos que duravam dez, quinze anos”.

A dupla sentença, quando era válida, “foi criada por Bento XIV porque na Europa Central, não digo em qual país, havia alguns abusos. Para pará-los, ele introduziu a dupla sentença”. E acrescentou que “os processos mudam e a jurisprudência é melhorada sempre”.

O novo motu proprio “facilita os processos no tempo, mas não é um divórcio, porque o matrimônio é indissolúvel quando é sacramento e isto a Igreja não pode mudar: é doutrina, é um sacramento indissolúvel”.

Os processos legais, explicou o Santo Padre, são para provar que aquilo que “parecia sacramento” na verdade não era: por falta de liberdade, por exemplo, ou por falta de maturidade, ou por doença mental… São muitos os motivos.

O Santo Padre também falou do problema dos divorciados em nova união: “É simplista dizer que se pode fazer a comunhão. O que o Instrumentum Laboris propõe é mais”. O papa citou os jovens que não se casam, o que é outro “problema pastoral” ligado à “maturidade afetiva”. E falou de outro problema: “a preparação para o matrimônio”. A este respeito, ele observou que, “para ser sacerdote, há uma preparação de no mínimo 8 anos”, mas, para casar-se, “fazem quatro cursos. Tem algo que não funciona”.

Fonte: Zenit

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Senhor, Ensina-nos a rezar

 

             

O que significa rezar? É importante rezar? Vale a pena? Como rezar? Estas e outras perguntas sobre a oração estiveram no centro da Liturgia da Palavra do domingo passado. E poderíamos continuar a perguntar: qual é o lugar da oração na vida cristã? É preciso rezar, mesmo com tanta coisa para fazer? Vale mais a oração ou a ação?

          Uma coisa é certa: Jesus rezava, como nos atestam os Evangelhos. Passava até noites inteiras em oração, a sós com Deus (cf. Lc 6,12); os apóstolos também rezavam enquanto esperavam, com Maria, a Mãe de Jesus, a vinda do Espírito Santo (cf. At 1,22); os primeiros cristãos "eram perseverantes na oração" (cf. At 2,42); muitas vezes, São Paulo rezava e recomendava a oração aos fiéis em suas cartas (cf Ef 1,16; Fl 1,4; Rm 12,12; Cl 4,2). Inegavelmente, a oração faz parte da vida cristã, desde a pregação de Jesus e dos apóstolos e já nos primórdios da Igreja. E ao longo de toda a história da Igreja, a oração é uma das expressões mais evidentes da fé e da vida eclesial. Cristão reza; e quem não reza, deixa de lado um aspecto importante da vida cristã.

            Ver Cristo rezando impressionava muito os discípulos, tanto que um deles lhe pediu: "Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos" (Lc 11,1). Era costume que os "mestres" ensinassem a oração aos discípulos. E ainda hoje isso é parte da missão de quem deve ser "mestre na fé" para seus irmãos – sacerdotes, pastores de almas, catequistas. Aqui já está um dos significados da oração: É traduzir em atitudes aquilo que se aprendeu sobre Deus e a fé: rezar é passar do crer intelectual ao relacionar-se com Deus. Para saber se alguém tem fé, e que tipo de fé, basta observar se reza e como reza. Por isso é bem justificada a afirmação: lex credendi, lex orandi" – o jeito de crer aparece no jeito de rezar e a oração é expressão do jeito de crer.

        Há muitos modos de rezar e também hoje há muitos "mestres de oração". São todos igualmente bons? Jesus já desaconselhava a oração "dos hipócritas", que são falsos (cf. Mt 6,5) e rezam apenas com os lábios, mas cujo coração está longe de Deus (cf. Mc 7,6); e também pede que não rezemos como os pagãos, que pensam poder convencer Deus com muitas palavras (cf. Mt 6,7). Em vez disso, ensina o Pai-Nosso (cf. Mt 6,9-15; Lc 11,2-4). O cristão deve aprender a rezar de Jesus, cuja oração é "falar com o Pai".

           Em nossa oração não nos dirigimos a Deus de maneira abstrata, como se o Altíssimo fosse uma energia que pode ser capturada com palavras ou ritos mágicos; nem invocamos um poder impessoal com o fim de direcioná-lo e de obter os benefícios desejados... Nossa oração tem base na graça recebida no Batismo, pela qual fomos acolhidos por Deus como filhos ("filhos no Filho") e recebemos o Espírito Santo, que nos ajuda a rezar como convém (cf. Rm 8,26-27). Como Nosso Senhor Jesus Cristo, também nós podemos dirigir-nos a Deus, como os filhos se dirigem ao pai, com toda confiança e simplicidade. É belo pensar que não somos estranhos a Deus, nem Deus é estranho a nós; somos da "família de Deus", a quem nos dirigimos com toda familiaridade. Por isso, nossa oração se traduz em profissão de fé, adoração, louvor, narração das maravilhas de Deus, agradecimento, súplica, desabafo na angústia, pedido de perdão, intercessão pelos outros... Filhos amados pelo pai e que lhe dedicam amor filial podem achegar-se ao colo do genitor, falar-lhe livremente, chorar no seu ombro, sentir-se abraçados e envolvidos de ternura, até sem dizer uma palavra...

      Naturalmente, não tenho a pretensão de dizer tudo sobre a oração cristã nestes poucos parágrafos... Resta ainda falar da beleza e importância da oração litúrgica, quando não rezamos sozinhos, mas, como comunidade de fé, nos unimos a Cristo Sacerdote, que reza conosco e por nós diante do Pai. É prece de valor infinito, pois é perfeita a oração do Filho e são infinitos os méritos de Sua santa Encarnação, Sua Vida, Paixão e Ressurreição. Por isso, a Igreja recomenda, com tanta insistência, a participação na oração litúrgica, especialmente na Santa Missa dominical.

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Por que os pais não conseguem impor limites aos Filhos?

 

Não é fácil corrigir; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim'

              As estradas aqui nos Estados Unidos são largas e nelas é possível dirigir em alta velocidade, especialmente as do Estado da Geórgia. Um dia desses, dirigindo em uma delas, observei muitos motoristas ultrapassando o limite de velocidade permitido. Notei também alguns carros no acostamento, que foram parados pela polícia. Aliás, aqui os motoristas são bem vigiados e as infrações são punidas com multas de valores altos.

            Diante desse cenário, comecei a meditar sobre qual seria a causa do ser humano ter dificuldades de viver dentro dos limites ou de cumprir o que lhe é imposto. Poderia analisar vários fatores, mas vou me deter nesta causa de suma importância: a falta de limites na educação dos filhos.

              Na nossa infância, será que nos determinaram os limites necessários? Infelizmente, há muitos pais que estão criando "reis" e "rainhas" dentro de casa e se colocando como seus súditos, pois não têm tempo nem disposição para ditar as regras da casa, então quem manda são os filhos. Alguns fatores apontam as causas da falta de limites na educação das crianças de um modo geral, destacando os valores morais e religiosos que sumiram da sociedade moderna. Outro aspecto importante é a ausência dos pais na vida da criança, em virtude da carga horária dedicada ao trabalho, deixando a educação dela aos cuidados da escola, desde os primeiros momentos, nas creches e nas instituições educacionais. Esta omissão na educação gerou um sentimento de culpa nos pais, que, para compensar, acabam sendo permissivos em demasia com os seus filhos.

            É de suma importância o "não" dos pais, assim o filho aprende que na vida nem sempre será feita a sua vontade e que ele precisa atingir a maturidade na idade adulta; caso contrário será uma eterna criança mimada. Aliás, existe por aí muita criança tentando educar crianças; quando surge um problema sério, esses pais querem fugir dele. Uma criança não sabe decidir com juízo, nem o que é melhor para ela. Nem tudo o que queremos é o melhor para nós. Lembro que o meu filho mais velho, ao chegar na adolescência, não queria mais ir à Santa Missa, querendo fazer "corpo mole", colocando dificuldades ou procurando justificativas. Meu marido e eu decidimos e comunicamos a ele, com firmeza, que ele teria de ir todos os domingos, sem exceção. E embora fosse de cara amarrada, descontente, muitas vezes, ficando no último banco da igreja, o problema foi cortado pela raiz, antes que se transformasse numa situação trágica. Hoje, nos alegramos por ter um filho fiel a Deus e que trabalha para a construção de homens novos para um mundo novo, pois ele e a sua linda esposa são funcionários da Canção Nova, em Cachoeira Paulista, SP.

            "Ensina à criança o caminho que ela deve seguir: mesmo quando envelhecer, dele não se há de afastar" (Pv 22,6). Não é fácil corrigir e dizer "não", seria mais fácil e conveniente dizer sempre "sim", pois quem diz "não" se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro. Só quem nos ama nos diz "não". Para educar é preciso esforço, dedicação, perseverança, paciência…, sobretudo, amor. Quem nos ama, os que sinceramente se interessam por nós, não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir. Se você não consegue impor limites aos seus filhos, não desanime. É preciso tentar, começar, recomeçar… sempre é tempo de recomeçar! Confie em si mesmo, peça o Dom da Sabedoria ao Espírito Santo e mude, assumindo as responsabilidades e transmitindo os valores morais e religiosos aos seus filhos. Mais tarde eles vão lhe agradecer, tenha certeza.

Deus abençoe a nossa árdua e difícil missão de educar e formar os nossos filhos.

Marina Adamo
marina@cancaonova.com

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Era digital – Como orientar os filhos.

 

         Estamos vivendo a era da conexão com o mundo mediado pelo computador, celular e os mais sofisticados meios de comunicação.

         O mundo se divide entre os conectados e os não conectados. Não tem volta. O mundo virtual já é uma realidade e os filhos precisam estar preparados para lidar com isso. Dele dependerá a maior parte dos trabalhos futuros. A internet, por sua vez, é o segredo de toda potencialidade, agilidade e rapidez. No entanto, os pais, com raras exceções, são quase que ‘’analfabetos digitais’’. Tem-se dificuldades de acompanhar a evolução e surgimento de vários meios de comunicação virtual, nas quais os filhos passeiam com maior facilidade, a saber: E-mail, MSN, Skipe, Salas de Bate-papo, Blog, Sônico, Orkut, Twitter Facebook, etc. Porem as conseqüências do uso inadequado da internet são inimagináveis, pois o crime mais comum no Brasil é a difamação e o atentado contra a honra.

            Tirar uma foto em uma pose sensual ou repassar uma foto com conteúdo agressivo sobre um colega são atitudes comuns com os adolescentes  que utilizam a internet, mas podem levar a grandes dores de cabeça. Está caindo a ficha de que os perigos do mundo ficaram muito maiores com o mundo virtual.

           Os pais tem dificuldades com o computador, o celular. Mais isso não impede de que o pai dê uma educação adequada ou veja o que está acontecendo. Muitas vezes os pais são pegos de supresa e dizem: “ Não acredito que meu filho faria isso ou tirasse essas fotos, ele é tão tímido”. Mas deve-se lembrar que quando o adolescente senta na frente do computador ele está só e pode expressar tudo o que ele quiser. O computador não vai recriminar ou se assustar. O adolescente é um ser inseguro por natureza e na internet se relaciona mais facilmente do que no mundo real. Deixar o filho trancado dentro do quarto, passando horas e horas na frente do computador, parece não ser o mais indicado. Ele pode aparentemente estar se distraindo e não te estar “enchendo a paciência”, como também estar fazendo coisas que você jamais imaginaria.

A educação dos filhos é uma tarefa que abrange todos os dias e todos os momentos. Os filhos precisam ser acompanhados e orientados pelos seus pais, especialmente se tratando o uso correto e adequado dos meios de comunicação, em particular a internet e o celular. Mesmo que os pais não tenha o mesmo conhecimento que os filhos no uso e manejo destes instrumentos, não se pode deixa-los fazerem o que bem querem. É preciso se interar do que estão fazendo. Aqui vão algumas dicas: Aconselha-se que limite os dias e horários para navegar na internet, não ultrapassando mais de duas horas; se possível colocar o computador na sala, ou local onde possa ser visto; de vez em quando dar uma olhada para certificar de que está usando adequadamente; procurar alternativas: passeio, caminhada, futebol, etc., a fim de ocupar o tempo com seu filho, e não deixá-lo horas e horas em frente do computador ou em programas televisivos.

Não deixem que a TV, o computador e o celular cuidem por vocês, pois os pais jamais deverão ser substituídos na tarefa e missão de educar.