quinta-feira, 28 de abril de 2011

Quando o sofrimento bater à nossa porta

O Evangelho escolhido foi o da Ressurreição de Lázaro, um grande amigo de Jesus. Estar em Betânia com os amigos era uma forma de Jesus curar e restaurar as forças. Jesus Cristo sofreu muito, porque amou muito. Quanto mais estivermos ligados às pessoas, tanto mais sofreremos. Mas não construamos cercas. Tenhamos essa sensibilidade diante do sofrimento. Era isso que Jesus ia buscar em Betânia: consolo em amigos verdadeiros.

Quando Ele chegou em Betânia, já fazia 4 dias que Lázaro estava morto. Não podiam fazer mais nada, mas para Jesus não havia tempo a perder e Ele foi ter com o amigo morto. O Senhor era muito humano. Quando Ele chegou, tapou o nariz, pois a situação estava 'podre', porém, movido pelo amor àquele homem, Ele disse: 'Venha, Lázaro'.

Na verdade, Jesus queria nos mostrar que a morte não foi feita para nós. Um dia, todos nós iremos morrer, isso é fato, mas Cristo está falando de outra morte e quer nos propor a ressurreição. Se olharmos somente para a pedra posta no sepulcro, não haverá nenhuma esperança e nos desesperaremos, porque ela [pedra] é imóvel. Se ficarmos olhando para a pedra, ficaremos fixados ali, no mesmo lugar, e não é isso que Jesus quer. "Lázaro, venha para fora". Quantas vezes experimentamos estar no sepulcro, que é um lugar escuro e cheira mal? Mas se deixarmos essa pessoa ficar lá muito tempo, não a encontraremos do mesmo jeito, pois ela entrou em processo de decomposição. É um lugar de silêncio e não há mais nada, terminou. Agora, se olhamos a morte como um lugar de transição, daí sim, ele fica cheio e revestido de esperança. Quantas vezes você já morreu?

Estamos ressuscitando todos os dias. A cigarra fica um ano debaixo da terra para cantar somente um dia. Um ano se preparando para cantar até se arrebentar. O sofrimento é isso, um tempo de preparo. Louvado seja Deus pelos sofrimentos!

Todos os artistas compõem maravilhosas obras quando estão sofrendo, e, todas as vezes em que tocamos em nossos limites, vamos além. Compomos músicas, pinturas, criamos vida e caráter. Você pode se perguntar sempre: "Mas eu não sou artista, e aí?" Você pode desenhar a sua alma, pode esculpir o seu caráter.

A cigarra não fica debaixo da terra por motivo de masoquismo. Não. É um tempo de preparo existencial da natureza. Quando você perceber que o seu sofrimento está infértil, é o tempo de parar de sofrer. Quando começamos a derramar as lágrimas, passamos por um processo de cura que está nos lavando e purificando.

Quanto tempo pode durar um velório dentro de nós? O sepultamento do corpo tem que iniciar um processo de amizade com a vida. O sofrimento é criado dentro de nós; o velório não é uma situação de morte. O que fazemos com o ruim que aconteceu conosco? Não importa o que a vida fez com você, mas o que você faz com o que a vida fez com você. Não temos como evitar o desprezo do outro, vão acontecer coisas das quais não vamos gostar, mas somos nós que vamos ver quanto custa esse sofrimento.

Boa parte dos sofrimentos do ser humano está naquilo que nós pensamos e permitimos em nosso pensamento. Se racionalizarmos a nossa emoção, nós não sofreremos.

Neutralizar o pensamento do sofrimento é lançar um pensamento bom em cima de um ruim. Quantas pessoas sofrem por não terem a capacidade de filtrar as coisas ruins que escutam? Não temos o direito de ser mesquinhos por querermos ser o que o outro é. Não tenha inveja, floresça onde Deus o plantou.

Há pessoas invejosas, que querem ser o que você é. Que não são capazes de olhar quem elas, realmente, são. Pare de olhar para a vida do outro, pois você não tem os valores que ela tem; mas você tem valores que ela não tem. Temos que ter nossa coerência e nosso modelo. Liberte-se dessas ideias pessimistas sobre você mesmo, você é capaz!

A ordem de Jesus: "Pare de ficar neste sepulcro e venha viver". Estamos em horário do cristão: Está na hora de viver! Você não tem o direito de ficar no túmulo com seus problemas e lutos. O tempo previsto para o sofrimento tem data marcada para terminar, já passou, chega! Faça alguma coisa pela sua vida! Só sofra de verdade pelas coisas que valem a pena. Quantas pessoas não sofreram o que deveriam sofrer? Esse tempo é curto, e é maravilhoso descobrir que, hoje, temos a oportunidade de escutar a voz de Jesus dizendo que não quer mais a morte para a nossa vida. Deus está segurando na nossa mão.

Se você está sofrendo muito, permita que Jesus cuide de você. Revolucione sua vida, pois quem fica parado é poste. Melhore esta cara e faça o que puder fazer, pois assim beneficiará as pessoas ao seu lado. O cuidado de Deus é lindo: "Saia deste sepulcro!" Não perca seu tempo em bobagens que tornam o sofrimento enorme em sua vida.

O 'cuidar' é sempre expressão de alguém que ama. Ninguém gosta de ver a pessoa amada sofrendo. Precisamos acordar para a vida.

O nosso objetivo é sermos felizes! Não há problema que resista a uma pessoa transformada por Deus! Nem a um ser humano com vontade de resolver os problemas. Não há nada maior do que uma pessoa de coragem.

Quando o sofrimento bater à sua porta, abra a janela para que você veja a dor do outro.

Padre Fábio de Melo

Hora da Familia - 2011

          A publicação anual "Hora da Família" 2011, na sua 15ª edição, traz como tema: "Família, Pessoa e Sociedade". O subsídio apresenta reflexão sobre temas familiares para a Semana Nacional da Família que, este ano será de 14 de 20 de agosto.
         A Semana Nacional da Família é um evento anual que faz parte do calendário de, praticamente, todas as paróquias do Brasil e teve o início em 1992. O subsídio começou a ser editado desde a vinda do Papa João Paulo II ao Brasil, em 1994 e passou a ser publicada anualmente. Atualmente está em sua 15ª edição com uma tiragem de 210.000 mil exemplares.
          "A família vem enfrentando grandes desafios, inquietações e ataques de quem deveria defendê-la. Convocamos a sociedade a debater este ano sobre este tema" disse o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, padre Luiz Antonio Bento. A publicação traz sugestões de celebrações e reflexões sobre o dia das Mães, dia dos Pais, dia do Catequista, dia do Nascituro, Natal em Familia, Terço das Famílias, celebração de Aniversário de Matrimônio, além de 10 encontros a serem realizados pelas famílias, entre outras. Confira os Temas.

 1º Encontro: “ Os Desígnios de Deus para a Pessoa”
 2º Encontro: “Os Desígnios de Deus sobre
o Matrimônio e a Família”
 3º Encontro: “ Homem e Mulher Deus os Criou”
 4º Encontro: “ A pessoa se realiza na Comunhão”
 5º Encontro: “ Família Geradora de uma Sociedade Nova”
 6º Encontro: “ Família como rede de solidariedade”
 7º Encontro: “Políticas publicas que valorizam a Família”
 8º Encontro: “ A espiritualidade do Acolhimento e da Adoção”
 9º Encontro: “ Fraternidade e vida no Planeta “
10° Encontro: “ A Família e a Pastoral da Criança “.

 “ A família cristã é a célula primeira e vital da sociedade; é o santuário da vida, é Igreja Doméstica; é o primeiro espaço de evangelização e engajamento social.” Doc. Santo Domingo nº 214                    

III Peregrinação Nacional da Familia



          Seguindo a mesma linha de trabalho dos anos anteriores (2009 e 2010), a equipe que prepara a 3ª Peregrinação Nacional da Família à Aparecida (SP), está tomando as últimas providências para que o evento seja ainda mais grandioso nas edições passadas. Comandada por pe. Bento, assessor da Comissão Nacional da Pastoral Familiar; Célia, coordenadora da Pastoral Familiar do Regional Sul-1 e ir. Ivonete, fsp, a equipe terminou de distribuir as tarefas para os grupos envolvidos nos trabalhos nos dias 28 e 29 de maio. Devem, também, fechar os derradeiros detalhes com a administração do Santuário Nacional.
          Neste ano, a realização do 1º Simpósio das Famílias no sábado, 28, trará um momento de reflexão sobre temas importantes para a sociedade e, consequentemente, para as famílias. O simpósio será realizado no auditório que fica na Central dos Romeiros, no subsolo do Santuário Nacional, que tem capacidade pra 600 pessoas. Por ser um espaço reduzido, as inscrições tiveram que ser feitas antecipadamente e foi decidido que deveriam ser feitas através dos coordenadores da Pastoral Familiar dos 17 Regionais da CNBB (vide relação abaixo). Para verificar se ainda há vagas disponíveis, os interessados deverão entrar em contato com esses coordenadores. O acesso ao auditório será controlado por equipes da Pastoral Familiar e pela segurança do Santuário Nacional. Estuda-se a possibilidade da transmissão do evento pelo circuito fechado de TV da Basílica, ao menos na área do romeiros. O evento será gravado e seu conteúdo será disponibilizado pela Comissão Nacional de Pastoral Familiar posteriormente.
            Outra diferença que será notada em 2011 é a alteração do horário da missa oficial da Peregrinação, que na primeira e segunda edições foi celebrada às 8 horas. Depois de ouvir a solicitação das coordenações de Pastoral Familiar de todo o país, a equipe organizadora decidiu, junto com dom Orlando Brandes, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, mudar o horário para as 10 horas. Porém, devido a questão técnica, a missa principal não poderá ser televisionada , sendo assim, quem não for a Aparecida somente poderá assistirá à missa das 8 horas pelas TVs católicas.
          Para o domingo, 29, todas as missas já estão agendadas e espera-se que, nesta edição, a Pastoral Familiar consiga levar mais de 60 mil pessoas ao evento. A programação do 1º simpósio, bem como das missas do domingo já foi enviada às paróquias de todo o Brasil, junto ao cartaz de divulgação.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Domingo de Páscoa



           O Domingo de Páscoa, ou a Vigília Pascal, é o dia em que até mesmo a mais pobre igreja se reveste com seus melhores ornamentos, é o ápice do ano litúrgico. É o aniversário do triunfo de Cristo. É a feliz conclusão do drama da Paixão e a alegria imensa depois da dor. E uma dor e alegria que se fundem pois se referem na história ao acontecimento mais importante da humanidade: a redenção e libertação do pecado da humanidade pelo Filho de Deus.
          São Paulo nos diz : "Aquele que ressuscitou Jesus Cristo devolverá a vida a nossos corpos mortais". Não se pode compreender nem explicar a grandeza da Páscoa cristã sem evocar a Páscoa Judaica, que Israel festejava, e que os judeus ainda festejam, como festejaram os hebreus há três mil anos. O próprio Cristo celebrou a Páscoa todos os anos durante a sua vida terrena, segundo o ritual em vigor entre o povo de Deus, até o último ano de sua vida, em cuja Páscoa aconteceu na ceia e na instituição da Eucaristia.

        Cristo, ao celebrar a Páscoa na Ceia, deu à comemoração tradicional da libertação do povo judeu um sentido novo e muito mais amplo. Não é um povo, uma nação isolada que Ele liberta, mas o mundo inteiro, a quem prepara para o Reino dos Céus. A Páscoa cristã - cheia de profunda simbologia - celebra a proteção que Cristo não cessou nem cessará de dispensar à Igreja até que Ele abra as portas da Jerusalém celestial. A festa da Páscoa é, antes de tudo, a representação do acontecimento chave da humanidade, a Ressurreição de Jesus depois de sua morte consentida por Ele para o resgate e a reabilitação do homem caído. Este acontecimento é um dado histórico inegável. Além de que todos os evangelistas fizeram referência. São Paulo confirma como o historiador que se apoia, não somente em provas, mas em testemunhos.
          Páscoa é vitória, é o homem chamado a sua maior dignidade. Como não se alegrar pela vitória d'Aquele que tão injustamente foi condenado à paixão mais terrível e à morte de cruz?, pela vitória d'Aquele que anteriormente foi flagelado, esbofeteado, cuspido, com tanta desumana crueldade.
           Este é o dia da esperança universal, o dia em que em torno ao ressuscitado, unem-se e se associam todos os sofrimentos humanos, as desolusões, as humilhações, as cruzes, a dignidade humana violada, a vida humana respeitada.
              A Ressurreição nos revela a nossa vocação cristã e nossa missão: aproximá-la a todos os homens. O homem não pode perder jamais a esperança na vitória do bem sobre o mal. Creio na Ressurreição?, a proclamo?; creio em minha vocação e missão cristã, a vivo?; creio na ressurreição futura? , é alento para esta vida?, são perguntas que devem ser feitas.
             A mensagem redentora da Páscoa não é outra coisa que a purificação total do homem, a libertação de seus egoísmos, de sua sensualidade, de seus complexos, purificação que, ainda que implique em uma fase de limpeza e saneamento interior, contudo se realiza de maneira positiva com dons de plenitude, com a iluminação do Espírito, a vitalização do ser por uma vida nova, que transborda alegria e paz - soma de todos os bens messiânicos-, em uma palavra, a presença do Senhor ressuscitado. São Paulo o expressou com incontida emoção neste texto: " Se ressuscitastes com Cristo, então vos manifestareis gloriosos com Ele".

Sábado Santo

 

 

"Durante o Sábado santo a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua paixão e sua morte, sua descida à mansão dos mortos e esperando na oração e no jejum sua ressurreição (Circ 73).

No dia do silêncio: a comunidade cristã vela junto ao sepulcro. Calam os sinos e os instrumentos. É ensaiado o aleluia, mas em voz baixa. É o dia para aprofundar. Para contemplar. O altar está despojado. O sacrário aberto e vazio.

A Cruz continua entronizada desde o dia anterior. Central, iluminada, com um pano vermelho com o louro da vitória. Deus morreu. Quis vencer com sua própria dor o mal da humanidade. É o dia da ausência. O Esposo nos foi arrebatado. Dia de dor, de repouso, de esperança, de solidão. O próprio Cristo está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de seu último grito da cruz "por que me abandonaste?", agora ele cala no sepulcro. Descansa: "consummantum est", "tudo está consumado". Mas este silêncio pode ser chamado de plenitude da palavra. O assombro é eloqüente. "Fulget crucis mysterium", "resplandece o mistério da Cruz".

O Sábado é o dia em que experimentamos o vazio. Se a fé, ungida de esperança, não visse no horizonte último desta realidade, cairíamos no desalento: "nós o experimentávamos… ", diziam os discípulos de Emaús.

É um dia de meditação e silêncio. Algo pareceido à cena que nos descreve o livro de Jó, quando os amigos que foram visitá-lo, ao ver o seu estado, ficaram mudos, atônitos frente à sua imensa dor: "Sentaram-se no chão ao lado dele, sete dias e sete noites, sem dizer-lhe uma palavra, vendo como era atroz seu sofrimento" (Jó. 2, 13).

Ou seja, não é um dia vazio em que "não acontece nada". Nem uma duplicação da Sexta-feira. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo em que pode ir uma pessoa. E junto a Ele, como sua Mãe Maria, está a Igreja, a esposa. Calada, como ele. O Sábado está no próprio coração do Tríduo Pascal. Entre a morte da Sexta-feira e a ressurreição do Domingo nos detemos no sepulcro. Um dia ponte, mas com personalidade. São três aspectos -não tanto momentos cronológicos- de um mesmo e único mistério, o mesmo da Páscoa de Jesus: morto, sepultado, ressuscitado:

"...se despojou de sua posição e tomou a condição de escravo…se rebaixou até se submeter inclusive à morte, quer dizer, conhecesse o estado de morte, o estado de separação entre sua alma e seu corpo, durante o tempo compreendido entre o momento em que Ele expirou na cruz e o momento em que ressuscitou. Este estado de Cristo morto é o mistério do sepulcro e da descida à mansão dos mortos. É o mistério do Sábado Santo em que Cristo depositado na tumba manifesta o grande repouso sabático de Deus depois de realizar a salvação dos homens, que estabelece na paz o universo inteiro".

Vigília Pascal

A celebração é no sábado à noite, é uma Vigília em honra ao Senhor, segundo uma antiqüíssima tradição, (Ex. 12, 42), de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (Lc. 12, 35 ss), tenham acesas as lâmpadas como os que aguardam a seu Senhor quando chega, para que, ao chegar, os encontre em vigília e os faça sentar em sua mesa.

A Vigília Pascal se desenvolve na seguinte ordem:

•Breve Lucernário

Abençõa-se o fogo. Prepara-se o círio no qual o sacerdote com uma punção traça uma cruz. Depois marca na parte superior a letra Alfa e na inferior Ômega, entre os braços da cruz marca as cifras do anos em curso. A continuação se anuncia o Pregão Pascal.

• Liturgia da Palavra

Nela a Igreja confiada na Palavra e na promessa do Senhor, media as maravilhas que desde os inícios Deus realizou com seu povo.

• Liturgia Batismal

São chamados os catecúmenos, que são apresentados ao povo por seus padrinhos: se são crianças serão levados por seus pais e padrinhos. Faz-se a renovação dos compromissos batismais.

• Liturgia Eucarística

Ao se aproximar o dia da Ressurreição, a Igreja é convidada a participar do banquete eucarístico, que por sua Morte Ressurreição, o Senhor preparou para seu povo. Nele participam pelas primeira vez os neófitos.

Toda a celebração da Vigília Pascal é realizada durante a noite, de tal maneira que não se deva começar antes de anoitecer, ou se termine a aurora do Domingo.

A missa ainda que se celebre antes da meia noite, é a Missa Pascal do Domingo da Ressurreição. Os que participam desta missa, podem voltar a comungar na segunda Missa de Páscoa.

O sacerdote e os ministros se revestem de branco para a Missa. Preparam-se os velas para todos os que participem da Vigília.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sexta Feira Santa

Clique e Ouça a Musica "Foi por Você" da Banda Anjos de Resgate.

A tarde de Sexta-feira Santa apresenta o drama imenso da morte de Cristo no Calvário. A cruz erguida sobre o mundo segue de pé como sinal de salvação e de esperança. Com a Paixão de Jesus segundo o Evangelho de João comtemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que lhe traspassou o lado.

São João, teólogo e cronista da paixão nos leva a comtemplar o mistério da cruz de Cristo como uma solene liturgia. Tudo é digno, solene, simbólico em sua narração: cada palavra, cada gesto. A densidade de seu Evangelho agora se faz mais eloqüente. E os títulos de Jesus compõem uma formosa Cristologia. Jesus é Rei. O diz o título da cruz, e o patíbulo é o trono onde ele reina. É a uma só vez, sacerdote e templo, com a túnica sem costura com que os soldados tiram a sorte. É novo Adão junto à Mãe, nova Eva, Filho de Maria e Esposo da Igreja. É o sedento de Deus, o executor do testamento da Escritura. O Doador do Espírito. É o Cordeiro imaculado e imolado, o que não lhe romperam os ossos. É o Exaltado na cruz que tudo o atrai a si, quando os homens voltam a ele o olhar.

A Mãe estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente no Gólgota, desde que o discípulo amado a recordou em Caná, sem ter seguido passo a passo, com seu coração de Mãe no caminho de Jesus. E agora está ali como mãe e discípula que seguiu em tudo a sorte de seu Filho, sinal de contradição como Ele, totalmente ao seu lado. Mas solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho.

Maternidade do coração, que infla com a espada de dor que a fecunda.

A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria comtempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.

O soldado que traspassou o lado de Cristo no lado do coração, não se deu conta que cumpria uma profecia realizava um últmo, estupendo gesto litúrgico. Do coração de Cristo brota sangue e água. O sangue da redenção, a água da salvação. O sangue é sinal daquele maior amor, a vida entregue por nós, a água é sinal do Espírito, a própria vida de Jesus que agora, como em uma nova criação derrama sobre nós.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Quinta Feira Santa

       A liturgia da Quinta-feira Santa é um convite a aprofundar concretamente no misterio da Paixão de Cristo, já que quem deseja seguí-lo deve sentar-se à sua mesa e, com o máximo recolhimento, ser espectador de tudo o que aconteceu na noite em que iam entregá-lo.
       E por outro lado, o mesmo Senhor Jesus nos dá um testemunho idôneo da vocação ao serviço do mundo e da Igreja que temos todos os fiéis quando decide lavar os pés dos seus discípulos.
       Neste sentido, o Evangelho de São João apresenta a Jesus 'sabendo que o Pai pôs tudo em suas mãos, que vinha de Deus e a Deus retornava', mas que, ante cada homem, sente tal amor que, igual como fez com os discípulos, se ajoelha e lava os seus pés, como gesto inquietante de uma acolhida inalcansável.
      São Paulo completa a representação lembrando a todas as comunidades cristãs o que ele mesmo recebeu: que aquela memorável noite a entrega de Cristo chegou a fazer-se sacramento permanente em um pão e em um vinho que convertem em alimento seu Corpo e seu Sangue para todos os que queiram recordá-lo e esperar sua vinda no final dos tempos, ficando assim instituída a Eucaristía.
     A Santa Missa é então a celebração da Ceia do Senhor na qual Jesus, um dia como hoje, na véspera da su paixão, "enquanto ceava com seus discípulos tomou pão..." (Mt 26, 26).
     Ele quis que, como em sua última Ceia, seus discípulos se reunissem e se recordassem dEle abençoando o pão e o vinho: "Fazei isto em memória de mim" (Lc 22,19).
     Antes de ser entregue, Cristo se entrega como alimento. Entretanto, nesta Ceia, o Senhor Jesus celebra sua morte: o que fez, o fez como anúncio profético e oferecimento antecipado e real da sua morte antes da sua Paixão. Por isso "quando comemos deste pão y bebemos deste cálice, proclamamos a morte do Senhor até que ele volte" (1Cor 11, 26).
     Assim podemos afirmar que a Eucaristia é o memorial não tanto da Última Ceia, e sim da Morte de Cristo que é Senhor, e "Senhor da Morte", isto é, o Resuscitado cujo regresso esperamos de acordo com a promessa que Ele mesmo fez ao despedir-se: "Um pouco de tempo e já não me vereis, mais um pouco de tempo ainda e me vereis" (Jo 16, 16).
     Como diz o prefácio deste dia: "Cristo verdadeiro e único sacerdote, se ofereceu como vítima de salvação e nos mandou perpetuar esta oferenda em sua comemoração". Porém esta Eucaristia deve ser celebrada com características próprias: como Missa "na Ceia do Senhor".
      Nesta Missa, de maneira diferente de todas as demais Eucaristias, não celebramos "diretamente" nem a morte nem a ressurreição de Cristo. Não nos adiantamos à Sexta-feira Santa nem à noite de Páscoa.
      Hoje celebramos a alegria de saber que esta morte do Senhor, que não terminou no fracasso mas no êxito, teve um por quê e um para quê: foi uma "entrega", um "dar-se", foi "por algo"ou melhor dizendo, "por alguém" e nada menos que por "nós e por nossa salvação" (Credo). "Ninguém a tira de mim,(Jesus se refere à sua vida) mas eu a dou livremente. Tenho poder de entregá-la e poder de retomá-la." (Jo 10, 18), e hoje nos diz que foi para "remissão dos pecados" (Mt 26, 28c).
      Por isso esta Eucaristia deve ser celebrada o mais solenemente possível, porém, nos cantos, na mensagem, nos símbolos, não deve ser nem tão festiva nem tão jubilosamente explosiva como a Noite de Páscoa, noite em que celebramos o desfecho glorioso desta entrega, sem a qual tivesse sido inútil; tivesse sido apenas a entrega de alguém mais que morre pelos pobres e não os liberta. Porém não está repleta da solene e contrita tristeza da Sexta-feira Santa, porque o que nos interessa "sublinhar" neste momento, é que "o Pai entregou o Seu Filho para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna"(Jo 3, 16) e que o Filho entregou-se voluntariamente a nós apesar de que fosse através da morte em uma cruz ignominiosa.
       Hoje há alegria e a Igreja rompe a austeridade quaresmal cantando o "glória": é a alegria de quem se sabe amado por Deus; porém ao mesmo tempo é sóbria e dolorida, porque conhecemos o preço que Cristo pagou por nós.
       Poderíamos dizer que a alegria é por nós e a dor por Ele. Entretanto predomina o gozo porque no amor nunca podemos falar estritamente de tristeza, porque aquele que dá e se entrega con amor e por amor, o faz com alegria e para dar alegria.
       Podemos dizer que hoje celebramos com a liturgia (1a. Leitura) a Páscoa. Porém a da Noite do Êxodo (Ex 12) e não a da chegada à Terra Prometida (Js 5, 10-ss).
       Hoje inicia a festa da "crise pascoal", isto é, da luta entre a morte e a vida, já que a vida nunca foi absorvida pela morte mas sim combatida por ela. A noite do sábado de Glória é o canto à vitória porém tingida de sangue, e hoje é o hino à luta, mas de quem vence, porque sua arma é o amor

FAMILIARIS CONSORTIO, 30 ANOS

 
                                   João Paulo II
De onde viemos, onde estamos, para onde vamos? (Palestra de Dom Antonio Augusto Dias Duarte no XI Encontro de Coordenadores de Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio de Janeiro)
Em novembro próximo, comemoraremos 30 anos que João Paulo II escreveu a Familiaris Consortio, esta carta magna da Pastoral Familiar. Como era o mundo há 30 anos atrás? O que fez com que João Paulo II convocasse um Sínodo com os bispos para tratar da família e, um ano depois, em 1981, lançar este documento? O que acontecia nos anos 60, 70 que tanto preocupava o papa e a Igreja? Os anos 60 e 70 a nível de sociedade e de Igreja foram anos muito atribulados, como quase que um "Tsunami" de grandes mudanças culturais. A mentalidade das pessoas começou a mudar de forma muito rápida. Algumas famílias ainda viviam os valores que devem constituir qualquer família sólida. Vivia-se a fidelidade conjugal, a transmissão de valores, havia cuidados no que se assistia, lia, com quem se relacionavam... Já outras famílias começaram a ficar inseguras. Umas até buscavam a Igreja para se fortalecer. Mas outras tantas começaram a incorporar os valores do mundo: "não há nada demais em se separar", "hoje em dia não se namora mais em casa", "não vamos reprimir tanto os nossos filhos", "é proibido proibir"... deixaram que o mundo fizesse a pauta do casamento, isto é, adaptavam-se aos "novos costumes".
E no Brasil, o que acontecia? Três fatos deixaram grande influencia na família do Brasil:
(1) 1977: é aprovada a lei do divórcio, feita pelo Congresso Nacional como uma grande vitória da modernidade, sobre velhos e arcaicos preceitos da Igreja... Isso abriu brecha muita grande para outros males.
(2) Uma associação americana, patrocinada pela ONU, BEMFAM (O Bem da Família, ironicamente), com a vênia dos governos da época, começou a agir promovendo mutirões para fazer a laqueadura de trompas indiscriminada em mulheres em idades fértil. Houve uma castração em massa de forma cirúrgica e
(3) posteriormente a disseminação dos anticoncepcionais.
Paralelamente, uma grande ferida abriu-se na Igreja Católica com a queda vertiginosa de vocações sacerdotais. Perdeu-se o referencial até na vocação sacerdotal, o que mais do comprova a íntima ligação entre as duas vocações. Quando alguém não é fiel à sua vocação, toda a sociedade é afetada. De famílias desestruturadas, como surgirão vocações? E se a família não vê a fidelidade vivida na vida eclesiástica, como terá um referencial seguro?
Tudo isso que acontecia não só no Brasil mas no mundo, fez com que o Papa tomasse a firme atitude de cuidar da família. Passados 30 anos da Familiaris Consortio, precisamos avaliar: como foi o trabalho da Pastoral Familiar neste período? Como nossas comunidades têm cuidado das famílias? Eu compreendo bem a influência destes fatos do passado? Sou capaz de olhar para o futuro pensando na experiência dos que vieram antes de mim: bispos, padres, religiosos e leigos que já deram a vida pelas famílias?
Não basta só olhar para o futuro: é preciso também olhar para o passado. Nós não inventamos a pólvora! Quando realizamos um trabalho pastoral se quisermos ser verdadeiramente ORIGINAIS, precisamos... voltar às origens. Que instituição, como a Igreja, tem mais de dois mil anos de experiência? Como tenho trabalhado nos sábios ensinamentos do Papa? O que melhorou na minha Paróquia, forania ou vicariato, nesses 30 anos? O cenário parece pessimista? Vejamos a palavra de esperança do Papa.
Familiaris Consortio (15): "A família humana, desagregada pelo pecado, é reconstituída na sua unidade pela força redentora da morte e ressurreição de Cristo. O matrimônio cristão, partícipe da eficácia salvífica deste acontecimento, constitui o lugar natural onde se cumpre a inserção da pessoa humana na grande família da Igreja. O mandato de crescer e de multiplicar-se, dirigido desde o princípio ao homem e à mulher, atinge desta maneira a sua plena verdade e a sua integral realização. A Igreja encontra assim na família, nascida do sacramento, o seu berço e o lugar onde pode atuar a própria inserção nas gerações humanas, e estas, reciprocamente, na Igreja."
Deus morreu na cruz para nos fortalecer na comunhão com Ele e entre nós. Essa força libertadora não foi diminuída pela força das crises culturais. Somos convidados a nos inspirar nessa verdade, fazendo com que a família, fortalecida por esta energia enorme, seja capaz de transformar o mundo. A família é o grande gestor social. A Pastoral Familiar não existe para "organizar atividades", para "fazer eventos", mas para mudar a sociedade em torno daquela paróquia, forania ou vicariato. Como temos nos comportado para que os planos de Deus para esta comunidade se projetem para frente e transformem o futuro? Do fato de cada um de nós corresponder ao chamado de Deus, dependem muitas coisas grandes, depende o futuro da família.
DEFENDER A FAMÍLIA
Conversando com um militar da Infantaria do Exército, ele explicava que os infantes são inspirados em 5 letras:
D - defende - nós, famílias católicas, também precisamos ser este exército em ordem de batalha. Precisamos defender as outras famílias mais inseguras e fragilizadas;
O - ocupa - precisamos ocupar os espaços em todo bairro, em toda a cidade, ramificando nossas ações na sociedade e não só dentro da Igreja (como o exército que tem atuar no mundo e não no quartel).
C - conquista - E mais do que só ocupar, é preciso conquistar, cativar, chamar para Deus.
E - expulsa - Expulsar os anti-valores de dentro de casa que estão minando os valores familiares.
O – organiza - E, finalmente, organizar a evangelização da família.
Levando a experiência do mundo de ontem, prepararemos o mundo de amanhã, com muito mais empenho do que preparamos a Copa ou a Olimpíada.
COMPORTAMENTO FAMILIAR – MUITO FAMÍLIA (defender)
O nosso comportamento familiar tem que se muito familiar como diz a Familiaris Consortio 17. Não serve só para ficar na gaveta!! Precisa ser estudado e posto em prática. Não dá pra fazer Pastoral Familiar do "meu jeito".
Familiaris Consortio (17): "No plano de Deus Criador e Redentor a família descobre não só a sua «identidade», o que «é», mas também a sua «missão», o que ela pode e deve «fazer». As tarefas, que a família é chamada por Deus a desenvolver na história, brotam do seu próprio ser e representam o seu desenvolvimento dinâmico e existencial. Cada família descobre e encontra em si mesma o apelo inextinguível, que ao mesmo tempo define a sua dignidade e a sua responsabilidade: família, «torna-te aquilo que és»! Voltar ao «princípio» do gesto criativo de Deus é então uma necessidade para a família, se se quiser conhecer e realizar segundo a verdade interior não só do seu ser mas também do seu agir histórico. E porque, segundo o plano de Deus, é constituída qual «íntima comunidade de vida e de amor», a família tem a missão de se tornar cada vez mais aquilo que é, ou seja, comunidade de vida e de amor, numa tensão que, como para cada realidade criada e redimida, encontrará a plenitude no Reino de Deus. E numa perspectiva que atinge as próprias raízes da realidade, deve dizer-se que a essência e os deveres da família são, em última análise, definidos pelo amor. Por isto é-lhe confiada a missão de guardar, revelar e comunicar o amor, qual reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo pela Igreja, sua esposa."
Ser "muito família" é trabalhar neste sentido: espelharmos em nossas próprias famílias (e na Pastoral Familiar) o plano de Deus: uma comunidade de vida e de amor que nada pode quebrar! Testemunhar! Que a família seja "muito família"! O que temos feito neste sentido? O que podemos fazer para os próximos 30 anos? Recuperar a família como comunidade de vida e de amor parece impossível? Abrimos tantas concessões culturais perniciosas: famílias que não tem tempo de almoçarem juntas que não conversam, não convivem, só estão na mesma casa, mas cada um em suas atividades...
Precisamos criar momentos "muito família". Não basta falar de amor é preciso viver o amor. Renunciarmos a nós mesmos para darmos a vida para os outros. Na exortação, do número 17 em diante deveria ser um fonte de inspiração para o relacionamento familiar.
Familiaris Consortio (42): "«Pois que o Criador de todas as coisas constituiu o matrimônio princípio e fundamento da sociedade humana», a família tornou-se a «célula primeira e vital da sociedade». A família possui vínculos vitais e orgânicos com a sociedade, porque constitui o seu fundamento e alimento contínuo mediante o dever de serviço à vida: saem, de fato, da família os cidadãos e na família encontram a primeira escola daquelas virtudes sociais, que são a alma da vida e do desenvolvimento da mesma sociedade. Assim por força da sua natureza e vocação, longe de fechar-se em si mesma, a família abre-se às outras famílias e à sociedade, assumindo a sua tarefa social."
Um exemplo concreto aconteceu com Madre Teresa de Calcutá: uma pessoa que lhe pediu que levasse comida para uma família indiana, da religião hindu. Ao chegar lá havia 1 mãe e 3 crianças, e a primeira coisa que a mãe fez foi dividir a comida com uma família de muçulmanos que passava fome também. Isso mostra um comportamento social da família, sem fechar-se em si mesma. E nós, como estamos ajudando às famílias da nossa Paróquia, de forma a não levá-las a formar um "clã" ou uma "panelinha"? É o nosso próximo ponto.
COMPORTAMENTO FAMILIAR – MUITO SOCIAL (ocupar, conquistar e expulsar)
A família constitui o lugar privilegiado de humanização da sociedade.
Familiaris Consortio (43): "A mesma experiência de comunhão e de participação, que deve caracterizar a vida quotidiana da família, representa o seu primeiro e fundamental contributo à sociedade. As relações entre os membros da comunidade familiar são inspiradas e guiadas pela lei da «gratuidade» que, respeitando e favorecendo em todos e em cada um a dignidade pessoal como único título de valor, se torna acolhimento cordial, encontro e diálogo, disponibilidade desinteressada, serviço generoso, solidariedade profunda. A promoção de uma autêntica e madura comunhão de pessoas na família torna-se a primeira e insubstituível escola de sociabilidade, exemplo e estímulo para as mais amplas relações comunitárias na mira do respeito, da justiça, do diálogo, do amor. Deste modo a família, como recordaram os Padres Sinodais, constitui o lugar nativo e o instrumento mais eficaz de humanização e de personalização da sociedade. Colabora de um modo original e profundo na construção do mundo, tornando possível uma vida propriamente humana, guardando e transmitindo em particular as virtudes e «os valores». Como escreve o Concílio Vaticano II, na família «congregam-se as diferentes gerações que reciprocamente se ajudam a alcançar uma sabedoria mais plena e a conciliar os direitos pessoais com as outras exigências da vida social». Assim diante de uma sociedade que se arrisca a ser cada vez mais despersonalizada e massificada, e, portanto, desumana e desumanizante, com as resultantes negativas de tantas formas de «evasão» - como, por exemplo, o alcoolismo, a droga e o próprio terrorismo - a família possui e irradia ainda hoje energias formidáveis capazes de arrancar o homem do anonimato, de o manter consciente da sua dignidade pessoal, de o enriquecer de profunda humanidade e de o inserir ativamente com a sua unicidade e irrepetibilidade no tecido da sociedade."
COMPORTAMENTO FAMILIAR – MUITO ECLESIAL (organizar) A família primeira nos dá a experiência de Igreja.
Familiaris Consortio (39); "A missão de educar exige que os pais cristãos proponham aos filhos todos os conteúdos necessários para o amadurecimento gradual da personalidade sob o ponto de vista cristão e eclesial. Retomarão então as linhas educativas acima recordadas, com o cuidado de mostrar aos filhos a que profundidade de significado a fé e a caridade de Jesus Cristo sabem conduzir. Para além disso, a certeza de que o Senhor lhes confia o crescimento de um filho de Deus, de um irmão de Cristo, de um templo do Espírito Santo, de um membro da Igreja, ajudará os pais cristãos no seu dever de reforçar na alma dos filhos o dom da graça divina. O Concílio Vaticano II precisa assim o conteúdo da educação cristã: «Esta procura dar não só a maturidade de pessoa humana... mas tende principalmente a fazer com que os batizados, enquanto são introduzidos gradualmente no conhecimento do mistério da salvação, se tornem cada vez mais conscientes do dom da fé que receberam; aprendam, principalmente na acção litúrgica, a adorar a Deus Pai em espírito e verdade (cfr. Jo. 4, 23), disponham-se a levar a própria vida segundo o homem novo em justiça e santidade de verdade (Ef 4, 22-24); e assim se aproximem do homem perfeito, da idade plena de Cristo (cf. Ef. 4, 13) e colaborem no aumento do Corpo Místico. Além disso, conscientes da sua vocação, habituem-se quer a testemunhar a esperança que neles existe (cf. 1 Ped. 3, 15), quer a ajudar a conformação cristã no mundo». Pela força do ministério da educação os pais, mediante o testemunho de vida, são os primeiros arautos do Evangelho junto dos filhos. Ainda mais: rezando com os filhos, dedicando-se com eles à leitura da Palavra de Deus e inserindo-os no íntimo do Corpo - eucarístico e eclesial - de Cristo mediante a iniciação cristã, tornam-se plenamente pais, progenitores não só da vida carnal, mas também daquela que, mediante a renovação do Espírito, brota da Cruz e da ressurreição de Cristo. Para que os pais cristãos possam cumprir dignamente o seu ministério educativo, os Padres Sinodais exprimiram o desejo de que seja preparado um catecismo para uso da família, com texto adequado, claro, breve e tal que possa ser facilmente assimilado por todos. As conferências episcopais foram vivamente convidadas a empenharem-se na realização deste catecismo."
Familiaris Consortio (33): "Também no campo da moral conjugal a Igreja é e age como Mestra e Mãe. Como Mestra, ela não se cansa de proclamar a norma moral que deve guiar a transmissão responsável da vida. De tal norma a Igreja não é, certamente, nem a autora nem o juiz. Em obediência à verdade que é Cristo, cuja imagem se reflete na natureza e na dignidade da pessoa humana, a Igreja interpreta a norma moral e propõe-na a todos os homens de boa vontade, sem esconder as suas exigências de radicalidade e de perfeição. Como Mãe, a Igreja está próxima dos muitos casais que se encontram em dificuldade sobre este importante ponto da vida moral: conhece bem a sua situação, frequentemente muito árdua e às vezes verdadeiramente atormentada por dificuldades de toda a espécie, não só individuais mas também sociais; sabe que muitos cônjuges encontram dificuldades não só para a realização concreta mas também para a própria compreensão dos valores ínsitos na norma moral. Mas é a mesma e única Igreja a ser ao mesmo tempo Mestra e Mãe. Por isso a Igreja nunca se cansa de convidar e de encorajar para que as eventuais dificuldades conjugais sejam resolvidas sem nunca falsificar e comprometer a verdade: ela está de fato convencida de que não pode existir verdadeira contradição entre a lei divina de transmitir a vida e a de favorecer o autêntico amor conjugal Por isso, a pedagogia concreta da Igreja deve estar sempre ligada e nunca separada da sua doutrina. Repito, portanto, com a mesmíssima persuasão do meu Predecessor: «Não diminuir em nada a doutrina salutar de Cristo é eminente forma de caridade para com as almas». Por outro lado, a autêntica pedagogia eclesial revela o seu realismo e a sua sabedoria só desenvolvendo um empenhamento tenaz e corajoso no criar e sustentar todas aquelas condições humanas - psicológicas, morais e espirituais - que são indispensáveis para compreender e viver o valor e a norma moral. Não há dúvida de que entre estas condições devem elencar-se a constância e a paciência, a humildade e a fortaleza de espírito, a filial confiança em Deus e na sua graça, o recurso frequente à oração e aos sacramentos da Eucaristia e da reconciliação. Assim fortalecidos, os cônjuges cristãos poderão manter viva a consciência do influxo singular que a graça do sacramento do matrimônio exerce sobre todas as realidades da vida conjugal, e, portanto, também sobre a sua sexualidade: o dom do Espírito, acolhido e correspondido pelos cônjuges, ajuda-os a viver a sexualidade humana segundo o plano de Deus e como sinal do amor unitivo e fecundo de Cristo pela Igreja."
Precisamos nos organizar: não somos guerrilheiros desorganizados que lutam por si mesmos... Somos exercito em ordem de batalha. Um agente de pastoral que não tenha lido, re-lido, colocado em prática a Familiaris Consortio e outros documentos básicos, estará agindo isoladamente! O que trouxe, traz e ainda trará a Familiaris Consortio para a minha vida e o meu trabalho. Vamos preparar o futuro da família e da sociedade brasileira, olhando também para o que há de tão rico que nos foi deixado de herança do passado. A situação não é desastrosa, mas é preocupante. O que nossos filhos viverão no futuro? O que vivermos no presente!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Domingo de Ramos



A Semana Santa começa no domingo chamado de Ramos porque celebra a entrada de Jesus em Jerusalém montado em um jumentinho – o símbolo da humildade – e aclamado pelo povo simples que o aplaudia como "Aquele que vem em nome do Senhor".
Esse povo tinha visto Jesus ressuscitar Lázaro de Betânia há poucos dias e estava maravilhado. Ele tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos Profetas; mas esse povo tinha se enganado no tipo de Messias que ele era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social que fosse arrancar Israel das garras de Roma e devolver-lhe o apogeu dos tempos de Salomão.
Para deixar claro a este povo que ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande libertador do pecado, a raiz de todos os males, então, Ele entra na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena. Ele não é um Rei deste mundo!
Dessa forma o Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de hosanas com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: "Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas".
Os Ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que ela é desvalorizada e espezinhada.
Os Ramos sagrados que levamos para nossas casas após a Missa, lembram-nos que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.
O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rápido. Ela nos mostra que a nossa pátria não é neste mundo mas na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda da casa do Pai.
A Missa do domingo de Ramos traz a narrativa de São Lucas sobre a paixão de Jesus: sua angústia mortal no Horto das Oliveiras, o sangue vertido com o suor, o beijo traiçoeiro de Judas, a prisão, os mau tratos nas mãos do soldados na casa de Anãs, Caifás; seu julgamento iníquo diante de Pilatos, depois, diante de Herodes, sua condenação, o povo a vociferar "crucifica-o, crucifica-o"; as bofetadas, as humilhações, o caminho percorrido até o Calvário, a ajuda do Cirineu, o consolo das santas mulheres, o terrível madeiro da cruz, seu diálogo com o bom ladrão, sua morte e sepultura.
A entrada "solene" de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que o homenageou motivada por seus milagres, agora lhe vira as costas e muitos pedem a sua morte. Jesus que conhecia o coração dos homens não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas!
Quantas lições nos deixam esse domingo de Ramos!
O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o seu Reino de fato não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas veio para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado. E para isso é preciso se imolar; aceitar a Paixão, passar pela morte para destruir a morte; perder a vida para ganhá-la.
A muitos ele decepcionou; pensavam que ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador, merece a cruz por nos ter iludido. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.
O domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que hoje é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um cristianismo "light", adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera como disse Bento XVI, a ditadura do relativismo.
O domingo de Ramos nos ensina que seguir o Cristo é renunciar a nós mesmos, morrer na terra como o grão de trigo para poder dar fruto, enfrentar os dissabores e ofensas por causa do Evangelho do Senhor. Ele nos arranca das comodidades, das facilidades, para nos colocar diante Daquele que veio ao mundo para salvar este mundo.
Fonte: Canção Nova

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Caminhada da Penitência 2011


     A Diocese de Juazeiro vai realizar no próximo sábado (09) mais uma edição da Caminhada da Penitência. Dessa vez o objetivo é refletir sobre a Campanha da Fraternidade 2011 e estimular a vivência da Quaresma. O evento vai se iniciar na Comunidade São Geraldo, no bairro São Geraldo ao lado da Faculdade de Agronomia, às 18h. A conclusão será na Catedral Nossa Senhora das Grotas, no centro.
       A caminhada, que todos os anos agrega centenas de católicos pelas ruas de Juazeiro, dessa vez terá o tema "Fraternidade e a Vida no Planeta". O lema será "A criação geme em dores de parto" (Rm8,22). Todo o percurso será animado por um grupo musical católico em um mini trio elétrico. Durante o percurso da Caminhada da Penitência será desenvolvida a Via-Sacra.
       Os fiéis também terão momentos de paradas em algumas igrejas, para rezar e refletir sobre a defesa da vida no planeta. A primeira parada será na igreja católica São Pedro, do bairro Novo Encontro. Uma segunda pausa na Caminhada será feita na Igreja Santa Maria Goretti. A caminhada deve reunir 1.500 pessoas nesta edição.
Fonte:Blog do Jubileu

Retiro Espiritual

Aconteceu, dia 03 de Abril, na Igreja São Cosme e Damião, Retiro Espiritual da Pastoral Familiar da Paróquia, onde foi escolhida a nova Comissão Paroquial, que ficou assim constituída.

Casal Coordenador: Cacai e Araguaci
Setor Pós Matrimonio: Chiquinho e Marlucia
Setor Pré Matrimônio: George e Cristina
Setor Casos Especiais: Leno e Maraiza
Setor Formação: José Teles e Vera
Casal Administrativo Financeiro: Wilson e Celia
Casal Secretário: Deilton e Carminha

O retiro cujo tema era: "ESPIRITUALIDADE E COMPROMISSO", contou com animação do Ministerio de Música " Os Galileus ''. Na parte da Manhã, aconteceu momento de adoração ao Santissimo, e a Palestra " ESPIRITUALIDADE FAMILIAR", feita com muita propriedade pelo o Casal LUCIAN e ANDRÉA. Ao meio dia foi servido um delicioso almoço, e a tarde foi proferida a Palestra, ''PASTORAL FAMILIAR – SETORES'' por AIRTON E PERPETUA. Logo após a palestra foi formada a Comissão da Pastoral Familiar da Paróquia, que contou com a presença do Casal Coordenador Geral da Comissão Diocesana UBINALDO e EDILEUZA e nosso Paróco, Pe Filipe.

Boa Sorte a Nova Comissão Paroquial!!!