terça-feira, 28 de junho de 2011

Parada Gay: respeitar e ser respeitado - por Odilo Scherer

 

                  Eu não queria escrever sobre esse assunto; mas diante das provocações e ofensas ostensivas à comunidade católica e cristã, durante a Parada Gay deste último domingo, não posso deixar de me manifestar em defesa das pessoas que tiveram seus sentimentos e convicções religiosas, seus símbolos e convicções de fé ultrajados.
                 Ficamos entristecidos quando vemos usados com deboche imagens de santos, deliberadamente associados a práticas que a moral cristã desaprova e que os próprios santos desaprovariam também. Histórias romanceadas ou fantasias criadas para fazer filmes sobre santos e personalidades que honraram a fé cristã não podem servir de base para associá-los a práticas alheias ao seu testemunho de vida. São Sebastião foi um mártir dos inícios do Cristianismo; a tela produzida por um artista cerca de 15 séculos após a vida do santo, não pode ser usada para passar uma suposta identidade homossexual do corajoso mártir. Por que não falar, antes, que ele preferiu heroicamente sofrer as torturas e a morte a ultrajar o bom nome e a dignidade de cristão e filho de Deus?!
“Nem santo salva do vírus da AIDS”. Pois é verdade. O que pode salvar mesmo é uma vida sexual regrada e digna. É o que a Igreja defende e convida todos a fazer. O uso desrespeitoso da imagem dos santos populares é uma ofensa aos próprios santos, que viveram dignamente; e ofende também os sentimentos religiosos do povo. Ninguém gosta de ver vilipendiados os símbolos e imagens de sua fé e seus sentimentos e convicções religiosas. Da mesma forma, também é lamentável o uso desrespeitoso da Sagrada Escritura e das palavras de Jesus – “amai-vos uns aos outros” – como se ele justificasse, aprovasse e incentivasse qualquer forma de “amor”; o “mandamento novo” foi instrumentalizado para justificar práticas contrárias ao ensinamento do próprio Jesus.
A Igreja católica refuta a acusação de “homofóbica”. Investiguem-se os fatos de violência contra homossexuais, para ver se estão relacionados com grupos religiosos católicos. A Igreja Católica desaprova a violência contra quem quer que seja; não apoia, não incentiva e não justifica a violência contra homossexuais. E na história da luta contra o vírus HIV, a Igreja foi pioneira no acolhimento e tratamento de soro-positivos, sem questionar suas opções sexuais; muitos deles são homossexuais e todos são acolhidos com profundo respeito. Grande parte das estruturas de tratamento de aidéticos está ligada à Igreja. Mas ela ensina e defende que a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis é uma vida sexual regrada e digna.
Quem apela para a Constituição Nacional para afirmar e defender seus direitos, não deve esquecer que a mesma Constituição garante o respeito aos direitos dos outros, aos seus símbolos e organizações religiosas. Quem luta por reconhecimento e respeito, deve aprender a respeitar. Como cristãos, respeitamos a livre manifestação de quem pensa diversamente de nós. Mas o respeito às nossas convicções de fé e moral, às organizações religiosas, símbolos e textos sagrados, é a contrapartida que se requer.
A Igreja Católica tem suas convicções e fala delas abertamente, usando do direito de liberdade de pensamento e de expressão. Embora respeitando as pessoas homossexuais e procurando acolhê-las e tratá-las com respeito, compreensão e caridade, ela afirma que as práticas homossexuais vão contra a natureza; essa não errou ao moldar o ser humano como homem e mulher. Afirma ainda que a sexualidade não depende de “opção”, mas é um fato de natureza e dom de Deus, com um significado próprio, que precisa ser reconhecido, acolhido e vivido coerentemente pelo homem e pela mulher.
               Causa preocupação a crescente ambiguidade e confusão em relação à identidade sexual, que vai tomando conta da cultura. Antes de ser um problema moral, é um problema antropológico, que merece uma séria reflexão, em vez de um tratamento superficial e debochado, sob a pressão de organizações interessadas em impor a todos um determinado pensamento sobre a identidade do ser humano. Mais do que nunca, hoje todos concordam que o desrespeito às leis da natureza biológica dos seres introduz neles a desordem e o descontrole nos ecossistemas; produz doenças e desastres ambientais e compromete o futuro e a sustentabilidade da vida. Ora, não seria o caso de fazer semelhante raciocínio, quando se trata das leis inerentes à natureza e à identidade do ser humano? Ignorar e desrespeitar o significado profundo da condição humana não terá consequências? Será sustentável para o futuro da civilização e da humanidade?
               As ofensas dirigidas não só à Igreja Católica, mas a tantos outros grupos cristãos e tradições religiosas não são construtivas e não fazem bem aos próprios homossexuais, criando condições para aumentar o fosso da incompreensão e do preconceito contra eles. E não é isso que a Igreja Católica deseja para eles, pois também os ama e tem uma boa nova para eles; e são filhos muito amados pelo Pai do céu, que os chama a viver com dignidade e em paz consigo mesmos e com os outros.

Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 28.06.2011
Card. Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Na família está o futuro da humanidade

 Na família está o futuro da humanidade O Matrimônio é  uma vocação para a santidade, porque não existem cristãos que não estejam chamados a amar a Deus".

Com a participação do Presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP), Dom Miguel Cabrejos e o Presidente da Comissão Episcopal de Família da CEP, Dom José Antonio Eguren Anselmi, inaugurou-se o 2º Congresso Internacional de Família no qual se ressaltou que na instituição familiar se "forja o futuro da humanidade", recordando as palavras do João Paulo II.
           O Presidente da CEP assinalou em sua intervenção diante de centenas de assistentes no auditório do Colégio São Agustín que "a união conjugal e o serviço à  vida são dois valores essenciais que procedem do matrimônio e a família, cada um implica ao outro porque são duas caras da mesma realidade. Não pode existir uma verdadeira comunhão conjugal fechada ao dom da vida, nem pode existir separadamente do dom conjugal recíproco".
           Por isso, disse,
"a Igreja ensinou sempre a verdade sobre o bem da pessoa humana, e um destes bens é  o Matrimônio e a Família. Se a Igreja se interessar no Matrimônio e a Família, é porque se interessa no homem. O Matrimônio é  uma vocação para a santidade, porque não existem cristãos que não estejam chamados a amar a Deus".

           Depois de advertir sobre as ameaças atuais que se abatem contra a vida e a família "em nome da liberdade individual", o Prelado alertou que com isto umas minorias pretendem "não só a impunidade mas também uma verdadeira e imprópria autorização por parte do Estado. A singular gravidade deste fato resulta evidente se considerarmos que o caráter de delito que se atribuía antes a estes atentados, trata agora de assumir a conotação de um direito, pretendendo um verdadeiro e próprio reconhecimento legal e a conseguinte intervenção de gratuita das estruturas estatais".
Por isso, disse, é necessário "hoje mais que nunca, o testemunho público de todos os batizados para reafirmar a dignidade e o valor único e insubstituível da família fundada no matrimônio de um homem com uma mulher, e aberto à  vida".
          "Nossos projetos pastorais relacionados com a família devem formar parte deste campo apostólico, amplo, complexo e importante. Por isso todos estamos chamados a promover com valentia a causa da família, considerando-a como uma instituição decisiva para o bem comum dos povos", enfatizou.
Dom José  Antonio Eguren recordou as palavras do venerável João Paulo II: "O futuro da humanidade se forja na família". 
           "Um país avança na mesma direção que a família. A família é transmissora de cultura, por isso não podemos evitar o dom precioso da família", disse.
Do mesmo modo, adicionou que a família é célula vital da sociedade, já que a família possui vínculos vitais com a sociedade por seu serviço à vida.
            "A família é a primeira sociedade natural e fonte das demais instituições. É âmbito primário das relações interpessoais e de direitos inerentes", assinalou.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Natividade de São João Batista

           A Bíblia nos diz que Isabel era prima e muito amiga de Maria, e elas tinham o costume de visitarem-se. Uma dessas ocasiões foi quando já estava grávida: "Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo" (Lc 1,41). Ainda no ventre da mãe, João faz uma reverência e reconhece a presença do Cristo Jesus. Na despedida, as primas combinam que o nascimento de João seria sinalizado com uma fogueira, para que Maria pudesse ir ajudar a prima depois do parto.

          Assim os evangelistas apresentam com todo rigor a figura de João como precursor do Messias, cujo dia do nascimento é também chamado de "Aurora da Salvação". É o único santo, além de Nossa Senhora, em que se festeja o nascimento, porque a Igreja vê nele a preanunciação do Natal de Cristo.

         Ele era um filho muito desejado por seus pais, Isabel e Zacarias, ela estéril e ele mudo, ambos de estirpe sacerdotal e já com idade bem avançada. Isabel haveria de dar à luz um menino, o qual deveria receber o nome de João, que significa "Deus é propício". Assim foi avisado Zacarias pelo anjo Gabriel.

          Conforme a indicação de Lucas, Isabel estava no sexto mês de gestação de João, que foi fixado pela Igreja três meses após a Anunciação de Maria e seis meses antes do Natal de Jesus. O sobrinho da Virgem Maria foi o último profeta e o primeiro apóstolo. "É mais que profeta, disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti". Ou seja, o primo João inicia sua missão alguns anos antes de Jesus iniciar a sua própria missão terrestre.

          Lucas também fala a respeito da infância de João: o menino foi crescendo e fortificando-se em espírito e viveu nos desertos até o dia em que se apresentou diante de Israel.

          Com palavras firmes, pregava a conversão e a necessidade do batismo de penitência. Anunciava a vinda do messias prometido e esperado, enquanto de si mesmo deu este testemunho: "Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitarei o caminho do Senhor..." Aos que o confundiam com Jesus, afirmava com humildade: "Eu não sou o Cristo". e "Não sou digno de desatar a correia de sua sandália". Sua originalidade era o convite a receber a ablução com água no rio Jordão, prática chamada batismo. Por isso o seu apelido de Batista.

          João Batista teve a grande missão de batizar o próprio Cristo. Ele apresentou oficialmente Cristo ao povo como Messias com estas palavras: "Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo... Ele vos batizará com o Espírito Santo e com o fogo".

          Jesus, falando de João Batista, tece-lhe o maior elogio registrado na Bíblia: "Jamais surgiu entre os nascidos de mulher alguém maior do que João Batista. Contudo o menor no Reino de Deus é maior do que ele".

           Ele morreu degolado no governo do rei Herodes Antipas, por defender a moralidade e os bons costumes. O seu martírio é celebrado em 29 de agosto, com outra veneração litúrgica.

            São João Batista é um dos santos mais populares em todo o mundo cristão. A sua festa é muito alegre e até folclórica. Com muita música e danças, o ponto central é a fogueira, lembrando aquela primeira feita por seus pais para comunicar o seu nascimento: anel de ligação entre a antiga e a nova aliança.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Corpus Christi: o que significa?

Corpus Christi

 

            Como sabemos em que dia vai ser Corpus Christi? Bem, com o domingo da Solenidade de Pentecostes, ou do Espírito Santo, termina o Tempo Pascal, ou seja, o período em que comemoramos a Ressurreição (Páscoa) de Jesus. Após o domingo de pentecostes vem o domingo da Solenidade da Santíssima Trindade e na quinta-feira, após o domingo da Santíssima Trindade, acontece a comemoração de Corpus Christi ou do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.

            Para que a Santa Hóstia seja adorada de uma forma visível pelos fiéis - pois é o próprio Jesus Vivo em Corpo e Sangue, Alma e Divindade - a Igreja a coloca dentro de um ostensório (veja a figura acima) e a leva em procissão pelas ruas das cidades. É por isso que acontece a procissão de Corpus Christi, onde se dá um destaque especial à Eucaristia.

"Qual é o significado da festa de Corpus Christi?

 

1. O sentido da celebração

Na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade, a Igreja celebra devotamente a solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, festa comumente chamada de Corpus Christi. A motivação litúrgica para tal festa é, indubitavelmente, o louvor merecido à Eucaristia, fonte de vida da Igreja. Desde o princípio de sua história, a Igreja devota à Eucaristia um zelo especial, pois reconhece neste sinal sacramental o próprio Jesus, que continua presente, vivo e atuante em meio às comunidades cristãs. Celebrar Corpus Christi significa fazer memória solene da entrega que Jesus fez de sua própria carne e sangue, para a vida da Igreja, e comprometer-nos com a missão de levar esta Boa Nova para todas as pessoas.

Poderíamos perguntar se na Quinta-Feira Santa a Igreja já não faz esta memória da Eucaristia. Claro que sim! Mas na solenidade de Corpus Christi estão presentes outros fatores que justificam sua existência no calendário litúrgico anual. Em primeiro lugar, no tríduo pascal não é possível uma celebração festiva e alegre da Eucaristia. Em segundo lugar, a festa de Corpus Christi quer ser uma manifestação pública de fé na Eucaristia. Por isso o costume geral de fazer a procissão pelas ruas da cidade. Enfim, na solenidade de Corpus Christi, além da dimensão litúrgica, está presente o dado afetivo da devoção eucarística. O Povo de Deus encontra nesta data a possibilidade de manifestar seus sentimentos diante do Cristo que caminha no meio do Povo.

 

2. Origem da solenidade

           Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística. Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.

          Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

 

3. Nasce a festa do Corpus Christi

          Quando as idéias de Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las, e em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Seja coincidência ou providência, o bispo de Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264.

          Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

          O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

          Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus. O Código de Direito Canônico confirma a validade das exposições publicas da Eucaristia e diz que principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, haja procissão pelas vias públicas (cân. 944).

 

4. A celebração do Corpo de Cristo

           Santo Tomás de Aquino, o chamado doutor angélico, destacava três aspectos teológicos centrais do sacramento da Eucaristia. Primeiro, a Eucaristia faz o memorial de Jesus Cristo, que passou no meio dos homens fazendo o bem (passado). Depois, a Eucaristia celebra a unidade fundamental entre Cristo com sua Igreja e com todos os homens de boa vontade (presente). Enfim, a Eucaristia prefigura nossa união definitiva e plena com Cristo, no Reino dos Céus (futuro).

           A Igreja, ao celebrar este mistério, revive estas três dimensões do sacramento. Por isso envolve com muita solenidade a festa do Corpo de Cristo. Não raro, o dia de Corpus Christi é um dia de liturgia solene e participada por um número considerável de fiéis (sobretudo nos lugares onde este dia é feriado). As leituras evangélicas deste dia lembram-nos a promessa da Eucaristia como Pão do Céu (Jo 6, 51-59 - ano A), a última Ceia e a instituição da Eucaristia (Mc 14, 12-16.22-26 - ano B) e a multiplicação dos pães para os famintos (Lc 9,11b-17 - ano C).

 

 5. A devoção popular

          Porém, precisamos destacar que muito mais do que uma festa litúrgica, a Solenidade de Corpus Christi assume um caráter devocional popular. O momento ápice da festa é certamente a procissão pelas ruas da cidade, momento em que os fiéis podem pedir as bênçãos de Jesus Eucarístico para suas casas e famílias. O costume de enfeitar as ruas com tapetes de serragem, flores e outros materiais, formando um mosaico multicor, ainda é muito comum em vários lugares. Algumas cidades tornam-se atração turística neste dia, devido à beleza e expressividade de seus tapetes. Ainda é possível encontrar cristãos que enfeitam suas casas com altares ornamentados para saudar o Santíssimo, que passa por aquela rua.

         A procissão de Corpus Christi conheceu seu apogeu no período barroco. O estilo da procissão adotado no Brasil veio de Portugal, e carrega um estilo popular muito característico. Geralmente a festa termina com uma concentração em algum ambiente público, onde é dada a solene bênção do Santíssimo. Nos ambientes urbanos, apesar das dificuldades estruturais, as comunidades continuam expressando sua fé Eucarística, adaptando ao contexto urbano a visibilidade pública da Eucaristia. O importante é valorizar este momento afetivo da vida dos fiéis."

(fonte: http://www.bispadobauru.org.br)

domingo, 19 de junho de 2011

Santissima Trindade

image[3]             O segredo divino mais importante da Fé que Jesus Cristo nos revelou é o MISTÉRIO DA SANTÍSSIMA TRINDADE. Jesus falou de seu Pai, que é Deus; do Espírito Santo, que também é Deus; e afirmou que ELE E O PAI SÃO UMA MESMA COISA (João 10,30), porque é o Filho de Deus. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são um único Deus –não três deuses – porque tem a mesma natureza divina, ainda que sendo três Pessoas realmente distintas.

               Que Deus é UM em essência e TRINO em pessoas é a revelação de sua vida íntima, maior e mais profundo de todos os mistérios; além de ser o mistério fundamental de nossa fé e de nossa vida cristã. Temos de procurar conhece-Lo e vive-Lo! O Credo, ou Símbolo é a explicação do mistério trinitário: o que Deus é e o que fez por suas criaturas ao cria-las, ao redimi-las e ao santifica-las.

               Idéias principais

               A Trindade, mistério de um só Deus e três Pessoas realmente distintas.

               Nunca poderemos compreender os MISTÉRIOS, porque nós somos limitados e eles nos superam; sem dúvida, temos de tentar conhece-los cada vez melhor, para que nossa fé seja firme e operativa.

             O Mistério da Santíssima Trindade consiste em que, em Deus há uma ÚNICA ESSÊNCIA e TRES PESSOAS DISTINTAS: Pai, Filho e Espírito Santo, cada uma das quais é Deus, sem ser três deuses, mas um único e só Deus.

Podemos comparar este Mistério com o sol: o sol está no céu e produz luz e calor; a luz e o calor não são distintos do sol. A Trindade é algo parecido: o Filho e o Espírito Santo são iguais em natureza ao Pai, mas são um só Deus. O Pai é Deus, o Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. Três pessoas e um único Deus.

A salvação, obra da Trindade

Todas as coisas criadas foram feitas por Deus, Uno e Trino. Deus criou o mundo, ainda que a criação seja atribuída ao Pai; Deus realizou a Redenção, ainda que só a segunda Pessoa – O Filho – se fez homem e morreu na cruz; Deus nos santifica, ainda que a santificação seja atribuída ao Espírito Santo. Assim, pois, quando agradecemos a Deus tudo o que fez por nós e em nós, temos de agradecer a Deus Pai, a Deus Filho e a Deus Espírito Santo.

Inabitação da Trindade na alma em estado de graça

Ainda que não seja fácil de explicar, é esta uma verdade que nos enche de alegria o saber que o homem que vive em estado de graça (sem pecado mortal) é TEMPLO VIVO DA SANTÍSSIMA TRINDADE BEATÍSSIMA (João 14,23). Desde o dia de nosso Batismo, se não recusamos a Deus através do pecado mortal, vive em nossa alma Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Temos a Deus dentro de nós para nos santificar, para nos ajudar, para estar conosco, porque nos ama. Podemos falar com a Trindade Beatíssima, sabendo que nos escuta e atende nossas súplicas. Sabemos disto pela Fé e, ainda que não O vejamos, nem O sintamos, é esta a verdade. Quando estamos na Graça de Deus, SOMOS TEMPLO DE DEUS!

No céu, “veremos” a Santíssima Trindade

Aqui na terra sabemos que Deus está em nossa alma em estado de graça e que a vida cristã é uma luta constante para evitar o pecado. Se formos fiéis e nos esforçamos por amar a Deus cada vez mais, Ele nos concederá a maior coisa que poderíamos desejar: vê-Lo face a face, tal como Ele é. O grande premio do céu consiste em ver a Deus: contemplar, louvar, amar e gozar por toda a eternidade da Trindade Beatíssima. Toda a grandeza, toda a beleza, toda a bondade de Deus se volta sobre estas pobres criaturas que somos cada um de nós.

No monte Sinai, Moisés pediu para ver o rosto de Deus, e o Senhor lhe respondeu que nenhum homem pode vê-Lo sem morrer. Não obstante, no céu, a alma terá a possibilidade de VER o que Moisés quis ver na terra: a majestade de Deus.

Temos de louvar a Santíssima Trindade

Pela fé, damo-nos conta de que ser cristãos é algo maravilhoso. Deus nos ama de uma maneira incrível: nos criou por amor, nos remiu de nossos pecados morrendo por nós, vive em nossa alma em estado de graça e nos preparou – se somos fiéis – um céu eterno. Nos deixou a Igreja e os Sacramentos para que possamos facilmente saber o que temos de fazer e viver sempre como bons cristãos, sendo cada vez mais santos. Temos de corresponder a tanto amor, e a vida cristã precisa ser um constante louvor à Trindade Santa.

Professamos nossa fé na Santíssima Trindade quando fazemos o sinal da cruz ou quando nos persignamos dizendo: “EM NOME DO PAI + E DO FILHO+ E DO ESPÍRITO + SANTO”; quando rezamos o GLÓRIA ou o CREDO na Santa Missa, e ao final da Oração Eucarística. Temos de procurar rezar estas orações e louvores à Trindade com fé viva e consciente, de modo que toda a nossa vida seja um constante louvor a Deus Pai, Deus Filho e Deus espírito Santo.

Propósitos de Vida cristã

APRENDER O CREDO E RECITA-LO COM DEVOÇÃO

CONSIDERAR NA ORAÇÃO, QUE A SANTÍSSIMA TRINDADE – DEUS MESMO – ESTÁ NA ALMA EM ESTADO DE GRAÇA, PORTANTO, VIVER EM ESTADO DE GRAÇA (SEM PECADO MORTAL) É A ÚNICA COISA VERDADEIRAMENTE IMPORTANTE NESTA VIDA.

(http://www.presbiteros.com.br)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Filhos, por que tê-los?

Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais

Vitor Hugo disse que "Um lar sem filhos é como uma colméia sem abelhas"; acaba ficando sem a doçura do mel.

        Certa vez, o Papa Paulo VI declarou que: "A dualidade de sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus, e, como Ele, nascente da vida". Isto é, doando a vida, o casal humano se torna semelhante a Deus Criador. Pode haver missão mais nobre e digna do que esta na face da terra?

        Alguém afirmou, certa vez, com muita razão, que "A primeira vitória de um homem foi ter nascido". Nada é tão grande e valioso neste mundo como o homem. A Igreja ensina que "Ele é a única criatura que Deus quis por si mesma" (GS,24). O Papa João Paulo II afirmou certa vez: "A Igreja quer manter-se livre diante dos sistemas opostos para optar só pelo homem". E "O homem é a via da Igreja".

        O Catecismo da Igreja Católica (CIC) ensina que o amor do casal é criador, por vontade de Deus:

       "A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja ‘está ao lado da vida’, e ensina que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida" (CIC, 2366 ).

        E o Catecismo ensina que o casal é chamado a participar do poder criador de Deus e de sua paternidade: "Chamados a dar a vida, os esposos participam do poder criador e da paternidade de Deus. Os cônjuges sabem que, no ofício de transmitir a vida e de educar – o qual deve ser considerado como missão própria deles – são cooperadores do amor de Deus criador" (CIC, 2367).

        Ao falar do "dom do filho", o Catecismo também afirma:

"A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja vêem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais" (CIC, 2373; GS, 50,2). E conclui: "Os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais" (CIC, 2378).

Será que acreditamos de fato nessas palavras da Igreja? Ou será que "escapamos pela tangente"?

        Temos de reconhecer que se estabeleceu também entre nós católicos uma cultura "antinatalista". Hoje impera a enganosa mentalidade de "quanto menos filhos melhor"; e o mundo já está pagando caro por este erro. Todos os países da Europa estão com a taxa de natalidade abaixo do mínimo necessário para se manter o número de habitantes. E os governos lançam incentivos para os casais se reproduzirem porque a população envelhece...

       Por outro lado, a Igreja sempre ensinou o valor incomensurável da vida. O Salmo 126 diz: "Vede, os filhos são um dom de Deus: é uma recompensa o fruto das entranhas". E "Feliz o homem que assim encheu sua aljava (...)" (Sl 126, 3-5).

Acreditamos ainda nessas palavras?

       O amor é essencialmente dom. São Tomás de Aquino dizia que "O bem é difusivo" (Suma Teológica, I, q. 5, a.4, ad 1). Em outras palavras: ou o amor se doa ou então morre. E, para o casal, a maior doação é a da vida do filho. Quanto mais o amor do casal se multiplica, mais cresce o seu amor.

Santo Irineu (†202) resumia em poucas palavras toda a grandeza do homem: "O homem vivo é a glória de Deus" (Contra as heresias IV, 20,7).

        O Papa João Paulo II declarou na Exortação Apostólica Familiaris Consortio” (FC) que: "A tarefa fundamental da família é o serviço à vida. É realizar, através da história, a bênção originária do Criador, transmitindo a imagem divina pela geração de homem a homem. Fecundidade é o fruto e o sinal do amor conjugal, o testemunho vivo da plena doação recíproca dos esposos" (FC, 28).

        “O amor conjugal deve ser plenamente humano, exclusivo e aberto à nova vida” (Gaudium et Spes (GS),50; Humanae vitae (HV),11; FC,29).

         O mesmo Sumo Pontífice afirmou ainda: "Alguns se perguntam se viver é bom ou se não teria sido melhor nem sequer ter nascido. Duvidam, portanto, da liceidade de chamar outros à vida, que talvez amaldiçoarão a sua existência num mundo cruel, cujos temores nem sequer são previsíveis. Outros pensam que são os únicos destinatários da técnica e excluem os demais, impondo-lhes meios contraceptivos ou técnicas ainda piores. Nasceu assim uma mentalidade contra a vida (anti-life mentality), como emerge de muitas questões atuais: pense-se, por exemplo, num certo pânico derivado dos estudos dos ecólogos e dos futurólogos sobre a demografia, que exageram, às vezes, o perigo do incremento demográfico para a qualidade da vida. Mas a Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e com sofrimento, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida" (FC, 30).

        Muitos têm medo de não educar bem os filhos; mas, com Deus, é possível educá-los; basta que o casal se ame, crie um lar saudável e viva para os filhos, com todas as suas forças e com toda dedicação. O resto, Deus fará. Faça do seu filho um Homem... Isso basta.

        Há hoje uma mentira muito difundida de que a limitação da natalidade é o remédio necessário e "indispensável" para sanar todos os males da humanidade. Não é verdade que o desenvolvimento depende do controle da natalidade; se fosse verdade a China não cresceria tanto.

        Não há civilização que possa se sustentar sobre uma falsa ética, que destrói o ser humano ou que "impede o seu existir". É ilógico, desumano e contra a Lei de Deus afirmar que para salvar a humanidade seja necessário sacrificá-la em parte.

        O renomado historiador francês, e professor da Universidade de Sorbonne, Pierre Chaunu, na entrevista que deu à revista VEJA, de 11.07.84, sob o título "A Caminho do Desastre", declarava que "Estamos no limiar de um mundo de velhos" e que a humanidade corre o risco de ver a "implosão da espécie humana".

         O relatório intitulado "Estado da População Mundial", em 1987, da ONU, afirmou: "Depois da revolução verde, da biotecnologia, não se duvida mais que haja condições para acabar com a fome no mundo" (Folha de São Paulo, 15/06/87). E afirmou também: "Há 453 milhões de toneladas de trigo, arroz e grãos estocados em todo o mundo, e os agricultores dos Estados Unidos e da Europa Ocidental são pagos para não produzir". Não há falta de meios para a humanidade existir, falta sim amor.

         É urgente resgatar entre os casais cristãos o valor do filho e da prole como uma "bênção de Deus", o que só se pode rejeitar por razões sérias; jamais por comodismo, medo ou egoísmo. Os casais cristãos estão devendo ao mundo uma resposta sobre esta questão; afinal, o maior de todos os valores é a vida. E não há trabalho mais digno e sublime do que gerar e bem educar seres humanos, os filhos de Deus.

         De que o nosso mundo hoje mais precisa é de homens e mulheres com vocação autêntica para pais e mães. Chega de crianças “órfãs” de pais e mães vivos!

         Deus não nos pede nada além de nossas forças: "O mandamento que hoje te dou não está acima de tuas forças, nem de fora de teu alcance (...) Mas esta palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração: e tu a podes cumprir" (Dt 30, 11-14).

Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com

domingo, 5 de junho de 2011

Casamento Comunitário

A Comissão Paroquial da Pastoral Familiar da Paróquia Santo Antônio vem preparando a um mês 07 casais, que receberão o Sacramento do Matrimonio, numa cerimonia comunitária, dentro dos festejos da trezena de Santo Antônio, que acontecerá na 11ª noite, no próximo sábado 11/06, às 19h30min e será celebrado pelos Padres Gilvan e Valdeijânio.

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pentecostes

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A partir desta sexta-feira (3) os católicos de Juazeiro começam a se preparar para uma das maiores celebrações do calendário cristão: a festa de Pentecostes. Para marcar a solenidade, que será no próximo dia 12 de junho, a Diocese de Juazeiro inicia amanhã uma novena que irá envolver todas as paróquias da cidade. Os nove dias celebrativos culminarão com uma grande festa na Praça da Catedral, contando ainda com procissão e Missa solene.
“A festa de Pentecostes é a festa da unidade da Igreja. Nesta festa os cristãos relembram a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos reunidos com Maria no Cenáculo em Jerusalém. A promessa do senhor ressuscitado se cumpriu enviando o seu Espírito santificador e defensor. É ele é o responsável pela missão da Igreja”, explicou padre Josemar Mota, pároco da Catedral de Juazeiro.

         Nesta sexta-feira a programação começa na igreja matriz do bairro Santo Antônio. No sábado (4) a Missa será no bairro Alto da Maravilha, na comunidade São José. Nos dias seguintes a novena de Pentecostes acontecerá nas paróquias Santa Teresinha (bairro Piranga), Santo Afonso (Castelo Branco), Nossa Senhora Aparecida (João Paulo II) e na comunidade Nossa Senhora de Fátima (Alto da Aliança), respectivamente. Os últimos três dias de novena serão na Catedral. As missas acontecerão sempre às 19h30.
No dia 12 de junho, os festejos em honra ao Espírito Santo começam cedo. Às 9h haverá Missa solene na Catedral. Às 17h começa uma procissão saindo da rua Canafístula, no bairro Centenário, finalizando com a Missa na Praça da Catedral. “A festa de Pentecostes já é uma tradição muito antiga e bonita em Juazeiro. A bandeira do Espírito Santo durante um ano peregrina nas comunidades e como é bonito e emocionante a fé das pessoas quando recebem a bandeira em suas casas”, recorda o padre Josemar.
 

A novidade da festa nesse ano é a integração entre as paróquias na realização da novena. “Decidimos unir todas as paróquias porque Pentecostes é a festa da unidade dos cristãos. Nesta festa a Igreja, guiada pelo Espírito, deve tomar consciência de sua missão evangelizadora, ou seja, ser no mundo uma luz, uma voz profética diante de tantos sinais de morte que agridem a dignidade humana e porque não dizer de toda a criação que esta agonizando”, ressaltou o pároco da Catedral.
De acordo com o sacerdote, durante a novena, 40 jovens receberão o sacramento do Crisma, que atualiza justamente a vinda do Espírito Santo sobre os fiéis. “Essas crismas serão no dia 11, sábado à noite. Temos ainda 47 jovens que receberão este sacramento em outra data, porque o interior da Catedral não comportaria todos em uma única celebração”, disse.

Programação da Festa de Pentecostes

03/06/11

Paróquia Santo Antonio

Igreja Santo Antonio

04/06/11

Paróquia Cosme e Damião

Comunidade São José

05/06/11

Paróquia Santa Terezinha

Igreja Santa Terezinha

06/06/11

Paróquia Santo Afonso

Igreja Santo Afonso

07/06/11

Paróquia N.  S. Aparecida

Igreja N. S. Aparecida

08/06/11

Paróquia Santa Terezinha

Com.  N. S de Fatima

09/06/11

Paróquia N.  S. das Grotas

Catedral

10/06/11

Paróquia N.  S. das Grotas

Catedral

11/06/11

Paróquia N. S. das Grotas

Catedral

                                               (*As celebrações da novena serão sempre às 19h30)

12 de junho – Festa de Pentecostes

9h – Missa Solene (Catedral) 17h – Procissão (saindo da rua Canafístula, bairro Centenário) finalizando com a Missa Festiva na Praça da Catedral.

Fonte: Blog da Diocese de Juazeiro
Texto: Mirrail Menezes