sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Não dá para ser casado e viver como solteiro-

 

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Evangelho (Mc 10,1-12)

Naquele tempo, 1Jesus foi para o território da Judeia, do outro lado do rio Jordão. As multidões se reuniram de novo, em torno de Jesus. E ele, como de costume, as ensinava. 2Alguns fariseus se aproximaram de Jesus. Para pô-lo à prova, perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher.3Jesus perguntou: “O que Moisés vos ordenou?” 4Os fariseus responderam: “Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio e despedi-la”. 5Jesus então disse: “Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos escreveu este mandamento. 6No entanto, desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher. 7Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne. 8Assim, já não são dois, mas uma só carne. 9Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!”

10Em casa, os discípulos fizeram, novamente, perguntas sobre o mesmo assunto.11Jesus respondeu: “Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra, cometerá adultério contra a primeira. 12E se a mulher se divorciar de seu marido e casar com outro, cometerá adultério”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

DIA 28 SEXTA - Evangelho - Mc 10,1-12

Não dá para ser casado e querer viver como solteiro. Não dá para ser casado e pensar em fazer as coisas do seu modo, da sua maneira. Se o casal tem uma atitude e decide se casar, precisa assumir o matrimônio.

“Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois serão uma só carne. De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19,5-6).

Que mistério maravilhoso o amor de Deus estar presente no coração do homem e da mulher! Quando os dois se unem para o sacramento e a união matrimonial, acontece a graça sublime do amor de Deus, o qual une duas naturezas representadas no feminino e no masculino.

As tendências, os gostos, as aptidões, o modo de encarar o mundo, as histórias de vida são tão diferentes entre homens e mulheres. Mas, de repente, em uma graça sublime, um começa a gostar do outro; e desse gostar cresce um sentimento que se torna amor, de modo que decidem viver para sempre um para o outro.

Dar-se em matrimônio é uma graça que exige renúncia, sacrifício. O matrimônio é um desafio, um mistério; ao mesmo tempo, uma graça sublime de Deus.

O mistério do amor divino está ali escondido, presente, é um mistério insondável, impenetrável, mas possível de ser vivido pela união do homem e da mulher. É um desafio, pois a vida a dois não é fácil, ela exige muita doação, sacrifício e renúncia.

Não dá para ser casado e querer viver como solteiro. Não dá para ser casado e querer pensar só em si. Não dá para ser casado e pensar em fazer as coisas do seu modo, da sua maneira. Se o casal tem uma atitude e decide se casar, precisa assumir o matrimônio. Essa é a atitude da humildade, a decisão de renunciar toda a forma de egoísmo que existe no coração do homem.

O homem e a mulher se unem e vivem um novo desafio: ser uma só carne, formar uma única família.

Hoje, quero pedir a Deus a graça de abençoar os casamentos, abençoar os casais que vivem essa linda aventura, esse grande desafio de se casarem conforme a vontade do Senhor. Casar não é fácil, mas é um mistério sublime. Vale a pena o sacrifício, a doação, no entanto é preciso consciência e responsabilidade.

Que o Senhor conceda a cada homem e a cada mulher a graça de viverem na intensidade do amor d’Ele.

Canção Nova

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O que tem na maleta?

 

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Um homem morreu.
Ao se dar conta, viu que Deus se aproximava e tinha uma maleta com  Ele.
E Deus disse:
- Bem, filho, hora de irmos.
O homem assombrado perguntou:
- Já? Tão rápido?
Eu tinha muitos planos...
- Sinto muito, mas é o momento de sua partida.
- O que tem na maleta?
Perguntou o homem.
E Deus respondeu:
- Os seus pertences!!!
- Meus pertences?
Minhas coisas, minha roupa, meu dinheiro?
Deus respondeu:
- Esses nunca foram seus, eram da terra.
- Então são as minhas recordações?
- Elas nunca foram suas, elas eram do tempo.
- Meus talentos?
- Esses não pertenciam a você, eram das circunstâncias.
- Então são meus amigos, meus familiares?
- Sinto muito, eles nunca pertenceram a você, eles eram do caminho.
- Minha mulher e meus filhos?
- Eles nunca lhe pertenceram, eram de seu coração.
- É o meu corpo. - Nunca foi seu, ele era do pó.
- Então é a minha alma.
- Não!
Essa é minha.
 
Então, o homem cheio de medo, tomou a maleta de Deus e ao abri-la se  deu conta de que estava vazia...
Com uma lágrima de desamparo brotando em seus olhos, o homem  disse:
- Nunca tive nada?
 
- É assim, cada um dos momentos que você viveu foram seus.
A vida é só um momento...
Um momento só seu!
Por isso, enquanto estiver no tempo, desfrute-o em sua totalidade.
 
Que nada do que você acredita que lhe pertence o detenha...

Viva o agora!
Viva sua vida!
E não se esqueça de SER FELIZ, é o único que realmente vale a pena!  As coisas materiais e todo o resto pelo que você luta fica aqui.
 
VOCÊ NÃO LEVA NADA!
 
Valorize àqueles que valorizam você, não perca tempo com alguém que não tem tempo para você.
 
Passe esta bela reflexão a todos que você gosta neste mundo e desfrute cada segundo vivido.  É isto que você vai levar.


Vc ja fez sua oração  hoje?  Então vamos  orar  juntos!!!

- Hoje Senhor, agradeço pelo dia maravilhoso. Pelo alimento, por mais um dia de trabalho e, principalmente, por mais um dia de vida. Abençoa Senhor, meus amigos e inimigos por que eles precisam de ti. Abençoa Senhor, a pessoa que acabou de orar comigo, realize os sonhos dela, lhe dando vitórias que lhe são necessárias, em nome do senhor Jesus amém ! Passe esta ORAÇÃO, bem depressa, o máximo que você puder e em instantes, muitas pessoas estarão orando com você.
Que Deus abençoe você e sua casa...amém.

Cortar tudo o que nos separa de Deus

 

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Evangelho (Mc 9,41-50)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 41Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa. 42E se alguém escandalizar um desses pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço.

43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! 44É melhor entrar na Vida sem uma das mãos, do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! 46É melhor entrar na Vida sem um dos pés, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só, do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre, e o fogo não se apaga’”. 49Pois todos hão de ser salgados pelo fogo. 50Coisa boa é o sal. Mas se o sal se tornar insosso, com que lhe restituireis o tempero? Tende, pois, sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

Evangelho – Marcos 9, 41-50

         É pelo nosso testemunho de vida que receberemos a recompensa ou a condenação de Deus. Seremos recompensados por tudo o que fizermos em função de Jesus, mesmo que seja o menor gesto ou a ação mais simples, como dar um copo d’agua. Da mesma forma, se formos uma pedra de tropeço na caminhada de alguém que procura Deus, nós seremos condenados, mesmo que estejamos a serviço do reino. Por isso, neste Evangelho Jesus nos exorta a cortar radicalmente toda e qualquer motivação que nos direcione ao pecado. Assim, Ele nos fala de cortar a mão, o pé, o olho, como figuras que simbolizam o que fazemos, aonde vamos e a nossa maneira de ver as realidades do mundo. Será muito melhor cortarmos as ações que nos levam ao pecado do que perdermos definitivamente o nosso lugar no reino dos céus. As nossas obras, vão nortear o nosso destino final, por isso, a mão, o pé, o olho, significam aqui as nossas atitudes de agir, de ir, de olhar = concupiscências que nos arrastam para o pecado que é o mal que nos leva à morte eterna, isto é, ao inferno. O reino dos céus já começa aqui e para que o experimentemos e vivamos em sintonia com Deus, nós temos que cortar tudo o que nos separa do Seu amor divino e paternal. Por último Jesus fala para que tenhamos sal em nós mesmos: que tenhamos amor, zelo, gosto, fervor, piedade, ação, porque assim damos vida nova ao mundo. A sua maneira de olhar as coisas, de falar, de agir o têm levado para uma vida boa ou má? – Você tem aproveitado as pequenas oportunidades para expressar no mundo o amor que recebe de Deus? – Você ainda está esperando por grandes acontecimentos para sentir-se convocado a pregar as coisas simples da vida?

Helena Serpa

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

“NINGUÉM FAZ MILAGRES EM MEU NOME PARA DEPOIS FALAR MAL DE MIM.”

 

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Evangelho (Mc 9,38-40)

Naquele tempo, 38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim.40Quem não é contra nós é a nosso favor”.

— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

Evangelho de Mc 9,38-40

           Fomos criados  por amor e para o amor, portanto, era sonho  de Deus que todos nós vivêssemos felizes numa só família, partilhando a vida, amando-nos mutuamente!  Mas  o mal,  encontrou brecha no coração  humano e ameaçou  destruir o sonho de  Deus! O pecado nos desfigurou, quis mudar o rumo da nossa história, porém,  o amor do Pai é maior que tudo, Ele não desiste de nós, não esgota as formas de nos trazer de volta ao seu convívio! Deus condena o pecado, mas ama o pecador, e como  prova deste amor sem limites, Ele enviou o seu Filho ao mundo  para nos resgatar, para nos recolocar no caminho da felicidade plena.

           Jesus veio nos ensinar o caminho de volta ao coração misericordioso do Pai, e para isto, Ele quis contar com  um pequeno grupo de pessoas, gente simples, pescadores  que deixaram  suas redes para serem pescadores de gente.

           É graças ao testemunho deste pequeno grupo que conviveu diretamente com Jesus, que hoje nós temos a felicidade de conhecer Jesus, de nos inteirar dos seus ensinamentos!

           No evangelho de hoje podemos perceber que mesmo tendo deixado tudo para seguir Jesus, os discípulos à princípio, tiveram   muitas dificuldades em entrar na dinâmica do Reino. Para eles, o seguimento à Jesus, traduzia em  realização pessoal, em grandeza, eles queriam guardar  Jesus só para eles, se beneficiar de alguma forma  desta proximidade Dele.

          Contaminados pela mentalidade do mundos, os discípulos sentiram  enciumados ao constatar que havia outras pessoas, fora do  grupo deles, realizando milagres  em nome de Jesus. 

            Ao tomar conhecimento de que os discípulos haviam proibido um homem de fazer o bem em seu nome, Jesus os repreende dizendo: “ Não o proibais, pois ninguém faz milagre em  meu nome  para depois falar mal de mim. Quem não é contra nós é a nosso favor”. Essas palavras de Jesus, vêm nos ensinar que nenhum de nós tem o direito de impedir alguém de fazer o bem! 

             A prática do bem, é sinal de amor ao próximo, ou seja, qualquer atitude que venha beneficiar alguém, partindo de quem quer que seja, deve ser acolhida com alegria. 

           A caminhada com Jesus para Jerusalém, foi para os discípulos, uma grande escola de vida, pois enquanto caminhavam, Jesus  ia ensinando-os na prática, como eles deveriam conduzir as suas vidas, despertando neles uma nova   mentalidade a respeito dos valores do Reino.

         Em toda  sua trajetória terrena, Jesus fazia longas caminhadas ao encontro dos sofredores, testemunho, que deve chegar até a nós, como um convite a fazer o mesmo.

         Em todos os seus ensinamentos, Jesus sempre deixou claro, que só o amor constrói, que só o amor gera vida! O amor cria e recria vida, abre caminhos,  leva-nos  ao encontro dos sofredores.

        Todas as nossas atitudes devem convergir-se para o bem maior: A vida!

FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia  

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Homilia do papa: crianças têm fome nos campos de refugiados enquanto os senhores das armas festejam em grandes salões.

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             Crianças famintas em campos de refugiados e fabricantes de armas festejando nos grandes salões: esta foi uma das imagens propostas pelo Santo Padre na homilia desta manhã, na missa da Casa Santa Marta, em que fez um apelo em prol da paz e contra a guerra, tanto no mundo quanto dentro das famílias.

           O papa afirmou que a paz não pode ser “apenas uma palavra” e exortou todos os cristãos a “não se acostumarem com o escândalo da guerra”.

          "De onde vêm as guerras e os conflitos no meio de vós?", perguntou o apóstolo São Tiago, na primeira leitura. O Santo Padre o citou depois para condenar as guerras. Ao comentar as discussões entre os discípulos de Jesus sobre qual deles era o maior, o papa destacou que quando "os corações se afastam, nasce a guerra".

            Francisco observou que “todos os dias, nos jornais, encontramos guerras; em tal lugar, dois, cinco mortos; em outro lugar, mais vítimas...”. E prosseguiu: "Os mortos parecem fazer parte de uma contabilidade cotidiana. Estamos acostumados a ler essas coisas! E se tivéssemos a paciência de enumerar todas as guerras que neste momento estão acontecendo no mundo, teríamos sem dúvida que preencher várias folhas. Parece que o espírito da guerra está se apropriando de nós! Acontecem eventos para comemorar o centenário da Primeira Grande Guerra, com seus tantos milhões de mortos... E todos escandalizados! Mas hoje acontece a mesma coisa! Em vez de uma grande guerra, temos pequenas guerras em toda parte, povos divididos... E, para preservar o próprio interesse, eles se matam, se matam entre si".

        Relançando a pergunta do apóstolo sobre a origem das guerras e dos conflitos, o próprio Santo Padre respondeu: "As guerras, o ódio, a inimizade, não estão à venda no mercado: elas estão aqui, dentro do coração".

           E recordou que, no catecismo, “nos explicavam a história de Caim e Abel e todos nós ficávamos escandalizados, não podíamos aceitar que alguém matasse o próprio irmão”. Mas hoje, continuou Francisco, "tantos milhões se matam entre irmãos, entre si, e estamos acostumados!". Ele observou que a Primeira Guerra Mundial "nos escandaliza, mas esta grande guerra atual, que está um pouco em todo lado, não nos escandaliza! E morre tanta gente por um pedaço de terra, por uma ambição, por um ódio, por raivas raciais!". O papa acrescentou que "a paixão nos leva à guerra, ao espírito do mundo".

           Francisco afirmou que, "diante de um conflito, entramos em uma situação curiosa: queremos resolvê-lo... brigando. Com a linguagem da guerra. Não vem primeiro a linguagem da paz! E as consequências? Pensem nas crianças famintas nos campos de refugiados... Pensem só nelas: este é o fruto da guerra! E, se vocês quiserem, pensem também nos grandes salões, nas festas que são feitas pelos donos das indústrias de armas, que fabricam armas, as armas que acabam lá. A criança doente, faminta, um campo de refugiados... e as grandes festas, a boa vida daqueles que fabricam as armas".

          Novamente, o Santo Padre perguntou: "O que é que acontece em nosso coração?". E recordou que o apóstolo Tiago nos dá um conselho simples: "Aproximai-vos de Deus e Ele se aproximará de vós". O papa advertiu: "Esse espírito de guerra, que nos afasta de Deus, não está longe de nós; está também dentro da nossa casa".

           "Quantas famílias destruídas porque o pai, a mãe, não conseguem encontrar o caminho da paz e preferem a guerra, o litígio... A guerra destrói! ‘De onde vêm as guerras e os conflitos no meio de vós?’. Será que não vêm das nossas paixões? No coração! Eu proponho hoje a vocês rezar pela paz, por essa paz que parece que virou só uma palavra e mais nada. E, para que essa palavra tenha o poder de agir, vamos seguir o conselho do apóstolo: ‘Reconhecei a vossa miséria!’".

            É dessa miséria, concluiu o Santo Padre, que vêm as guerras: "As guerras em família, as guerras nas comunidades, as guerras em todo lado (...) Quem de nós chora quando lê um jornal, quando vê essas imagens na televisão?", questionou Francisco.

            Retomando as palavras do apóstolo, o papa pediu que "o vosso riso se transforme em luto e a vossa alegria em tristeza". E enfatizou: "É isto o que um cristão tem que fazer hoje, 25 de fevereiro, diante de tantas guerras em todo lado: chorar, guardar luto, se humilhar".

             Ao terminar a homilia, o papa Francisco pediu que "nosso Senhor nos faça entender isto e nos livre de nos acostumarmos com as notícias da guerra".

“Uma pastoral inteligente e corajosa para as famílias”, pede o Papa

 

“Hoje, a família é desprezada, é maltratada – continuou o Pontífice – e o que se pede a nós é reconhecer a beleza, a autenticidade e bondade que é formar uma família”

          Ao contrário do que acontecia no passado, Bergoglio não entrou no final, quando entrariam todos os cardeais (eram cerca de 150), mas foi o primeiro a chegar; desta maneira pôde receber na entrada da sala do Sínodo a cada um dos cardeais, a quem saudou um por um. Entre eles também estavam os arcebispos e prefeitos das Congregações que serão criados cardeais no sábado pela manhã. “Acompanhamos vocês com a oração e o afeto fraterno”, disse o Papa dirigindo o olhar para as últimas filas, na parte esquerda da sala, onde se encontravam.
Francisco recordou que o centro da reflexão será a família, “que é a célula básica da sociedade humana. O Criador abençoou desde o princípio o homem e a mulher para que fossem fecundos e se multiplicassem sobre a terra; assim, a família representa no mundo um reflexo de Deus, Uno e Trino”.
            “A nossa reflexão – acrescentou o Papa – terá sempre presente a beleza da família e do matrimônio, a grandeza desta realidade humana, tão simples e ao mesmo tempo tão rica, cheia de alegrias e esperanças, de cansaços e sofrimentos, como toda a vida. Trataremos de aprofundar a teologia da família e a pastoral que devemos empreender nas condições atuais. Façamo-lo com profundidade e sem cair na casuística, porque isto reduziria inevitavelmente o nível do nosso trabalho”. Palavras iluminadoras para compreender o enfoque de Bergoglio sobre a pastoral familiar.
           “Hoje, a família é desprezada, é maltratada – continuou o Pontífice – e o que se pede a nós é reconhecer a beleza, a autenticidade e bondade que é formar uma família, ser família hoje; o indispensável que é isto para a vida do mundo, para o futuro da humanidade”. E concluiu com as palavras sobre a necessidade de uma “pastoral inteligente, corajosa e cheia de amor”.
              No início, após o canto do Veni Creator Spiritus, o cardeal decano do Colégio, Angelo Sodano, pronunciou uma breve saudação. Depois o Papa e os cardeais rezaram a Hora Terceira. Antes que começasse a palestra do cardeal Walter Kasper, o secretário do Colégio Cardinalício, o arcebispo brasileiro Ilson de Jesus Montanari, deu algumas indicações técnicas. À tarde, começou o debate livre dos cardeais.

O Filho do Homem vai ser entregue...

 

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Evangelho (Mc 9,30-37)

        Naquele tempo, 30Jesus e seus discípulos atravessavam a Galileia. Ele não queria que ninguém soubesse disso, 31 pois estava ensinando a seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão, mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”.    32 Os discípulos, porém, não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar. 33 Eles chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que discutíeis pelo caminho?” 34 Eles, porém, ficaram calados, pois pelo caminho tinham discutido quem era o maior. 35 Jesus sentou-se, chamou os doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” 36 Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 37 “Quem acolher em meu nome uma dessas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

O Filho do Homem vai ser entregue... Se alguém quiser ser o primeiro que seja o último de todos.

         “Jesus não queria ser visto por ninguém, porque estava ensinando seus discípulos.” Jesus tinha a preocupação de ensinar os seus discípulos. A maioria do seu tempo ele dedicava à formação deles; explicava as parábolas, respondia às questões, dava bronca às vezes, tudo para ensinar.

          Veja o que diz este mesmo evangelista Marcos: “Jesus anunciava a Palavra usando muitas parábolas, de acordo com o que podiam compreender... Mas, quando estava a sós com os discípulos, lhes explicava tudo” (Mc 4,33-34).

          O Papa Paulo VI, quando esteve em Medellin, na Colômbia, em 1968, participando da Segunda Conferência do Episcopado latino americano, disse que o futuro da Igreja da América Latina está na formação dos líderes cristãos. Hoje, quarenta e um anos depois, a formação dos líderes cristãos continua sendo importantíssima. Depois de conscientizados e preparados, os cristãos e as cristãs passam a ser fermento na massa, atuando nas pastorais, na política e nas mais variadas organizações sociais.

          Jesus era franco e claro, na formação aos discípulos. Ele não “passava mel” na boca de ninguém: “O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão, mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”. Os discípulos não entendiam essas palavras, mas suspeitavam de algo completamente ao inverso da imagem que tinham do Messias, por isso sentiam medo.

          Em seguida, durante a caminhada, os discípulos discutiam quem era o maior. Eis aqui a melhor prova de que não tinham entendido nada mesmo. Enquanto Jesus falava de um Messias sofredor, eles discutiam quem estava acima dos outros!

          Ao ver isso, mais uma vez Jesus foi claro: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” E apresentou a criança como modelo para eles, devido à sua simplicidade e humildade.

         Que paciência a de Jesus, tentando educar seus discípulos, com tão desanimador resultado! Entretanto, essa visão triunfalista do Messias e do Reino fundado por ele era a visão do todos os judeus. Só após Pentecostes é que entenderam o “espírito da coisa”.

          Uma boa formação dos líderes cristãos ajuda-os a se aproximar dos mistérios de Deus, especialmente do mistério da cruz. E isso lhes dá a chave para entender e combater a ambição que reina na sociedade levando-a a todo tipo de pecado.

           Agora, a formação dos cristãos é um trabalho lento, que só produz fruto a longo prazo. É preciso ter paciência. Por exemplo, se perguntarmos para um líder mais velho, de quem ele aprendeu todas as coisas bonitas que sabe, ele ou ela vai citar, provavelmente, alguém que já morreu.

         “A cada um o Senhor deu sua tarefa: eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer” (1Cor 3,5-6). Não podemos visar frutos imediatos na formação dos líderes; precisamos pensar longe, e não querer colher todos os frutos das sementes que lançamos.

         Existem duas maneiras de formar os líderes: a acadêmica e a informal. Esta última é dada por todos nós, em todos os lugares e momentos. É dada principalmente pelos idosos, que comunicam aos mais novos a sua longa e acumulada experiência de vida cristã.

           Deve-se dar destaque à formação dos jovens, pois eles são o nosso futuro, e são os primeiros que caem nas armadilhas da sociedade pecadora. Os jovens, devido à sua alegria e dinamismo, são a força da Comunidade cristã. Entretanto, os jovens só se tornarão Igreja quando a Igreja se tornar jovem.

          Que nós, a exemplo de Jesus, nos dediquemos mais à nossa própria formação, e passemos para os nossos irmãos e irmãs o que aprendemos.

        São Martinho nasceu em 1579, em Lima, capital do Peru. Por isso é chamado de S. Martinho de Lima. Um dia, ele queria ajudar um mendigo que pedia esmola, mas não tinha nada para lhe dar.

         Martinho sentou-se na calçada, ao lado do mendigo, e pedia esmola junto com ele, para ajudá-lo. A humildade leva os cristão a tomar atitudes inusitadas.

        Maria Santíssima é a Rainha dos formadores, pois formou humanamente o próprio Filho de Deus. Que ela nos ajude a ter sede de aprender e disposição para ensinar.

         O Filho do Homem vai ser entregue... Se alguém quiser ser o primeiro que seja o último de todos.

Padre Antonio Queiroz

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

“ tudo é possível para quem tem fé”!”

 

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Evangelho (Mc 9,14-29)

Naquele tempo, 14descendo Jesus do monte com Pedro, Tiago e João e chegando perto dos outros discípulos, viram que estavam rodeados por uma grande multidão. Alguns mestres da Lei estavam discutindo com eles.

15Logo que a multidão viu Jesus, ficou surpresa e correu para saudá-lo. 16Jesus perguntou aos discípulos: “Que discutis com eles?” 17Alguém da multidão respondeu: “Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. 18Cada vez que o espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram”.

19Jesus disse: Ó geração incrédula! Até quando estarei convosco? Até quando terei de suportar-vos? Trazei aqui o menino”. 20E levaram-lhe o menino. Quando o espírito viu Jesus, sacudiu violentamente o menino, que caiu no chão e começou a rolar e a espumar pela boca.

21Jesus perguntou ao pai: “Desde quando ele está assim?” O pai respondeu: “Desde criança. 22E muitas vezes, o espírito já o lançou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade de nós e ajuda-nos”.

23Jesus disse: “Se podes!... Tudo é possível para quem tem fé”. 24O pai do menino disse em alta voz: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”. 25Jesus viu que a multidão acorria para junto dele. Então ordenou ao espírito impuro: “Espírito mudo e surdo, eu te ordeno que saias do menino e nunca mais entres nele”.

26O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino ficou como morto, e por isso todos diziam: “Ele morreu!” 27Mas Jesus pegou a mão do menino, levantou-o e o menino ficou de pé.

28Depois que Jesus entrou em casa, os discípulos lhe perguntaram a sós: “Por que nós não conseguimos expulsar o espírito?” 29Jesus respondeu: “Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

Evangelho – Marcos 9, 14-29 – Ao descer da montanha com Pedro, Tiago e João, surgiu a oportunidade para que Jesus revelasse aos demais o poder que recebera do alto. Ao chegar Jesus se deparou com os outros discípulos que discutiam sobre o fato de terem tentado expulsar um espírito mudo de um menino e não conseguirem. O próprio pai da criança se aproximou de Jesus e argumentou: “eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas eles não conseguiram”. Jesus então esclareceu a chave para que os milagres aconteçam quando lhe disse: “Tudo é possível para quem tem fé” ! A esta afirmação o homem lhe respondeu: “Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé!”A nós, portanto, parece até incoerente o pedido daquele pai, pois, ao mesmo tempo em que ele afirmava ter fé também pedia ajuda a Jesus pela sua falta de fé. O mesmo poderá estar acontecendo conosco quando dizemos que temos fé, mas não assumimos a nossa fé. Quando nos dirigimos a Jesus com os nossos pedidos nós também ousamos dizer: “Se podes!” Será que duvidamos do poder de Deus? A nossa fé no poder curador de Jesus é o princípio para que a Sua obra aconteça em nós. É na planície da vida, isto é, no nosso dia a dia que somos chamados (as) a colocar em prática o que Jesus nos ensina na montanha que é o nosso momento de oração. E somente tendo esse entendimento com Ele nós podemos também expulsar os espíritos maus que afugentam as pessoas as quais encontramos no caminho. “Desde quando ele está assim”, Jesus perguntou ao pai que respondeu:” desde criança!” Há dentro de cada um de nós também, desde criança, algo que está mudo, fechado, lacrado, do qual nós não temos consciência. Desde cedo na nossa vida nós vamos acumulando os espíritos do mundo que nos afastam de Deus e quando percebemos estamos “possuídos” pelo espírito que rege o mundo e somente uma fé vigorosa oriunda de uma grande intimidade com Deus podem nos ajudar a sair da escravidão e assim, também, auxiliar a quem precisa de libertação. Somente Jesus conhece o profundo do nosso ser e apenas Ele pode nos pegar pela mão e nos ajudar a ficar de pé. Deus depende da nossa fé, e precisamos também pedir como aquele pai: “eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé”. – Qual o espírito ruim que você cultiva desde criança? – A sua fé tem o poder de afastar os espíritos maus que perturbam a sua família? – Você tem tido oportunidade de colocar em prática os ensinamentos que Jesus dá em oração?
Helena Serpa

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Catedral de N. Senhora das Grotas

 

Depois de dois meses fechada, a Catedral de Nossa Senhora das Grotas é reaberta para o culto, neste dia 23 de fevereiro de 2014, aconteceu a primeira missa as 09h, presidida por Pe. Josemar Mota (Paróco da Paróquia N. Sra. Paróquia N. Sra Das Grotas e Vigário Geral da Diocese de Juazeiro) e ainda hoje, as 19h 30min, acontecerá uma outra missa.
A Catedral internamente está pronta, foi uma grande reforma do piso ao telhado. Agora abre-se a campanha do piso externo da catedral, mais informações na secretária Paróquial.
Já a Inauguração será no dia 21 de junho 2014, dia que celebraremos 60 anos da Dedicação da Igreja Catedral e quando serão acesas todas as luzes da iluminação externa.

 

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Fonte: Blog da Catedral Nossa Senhora das Grotas

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.

 

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Evangelho (Mt 16,13-19)

Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do Homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros que é Elias; outros ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?”16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”.

17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

DIA 22 SÁBADO - Evangelho - Mt 16,13-19

Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.
          Hoje é com alegria que nós celebramos a solenidade de S. Pedro e S. Paulo. Eles são chamados de “colunas da Igreja”, porque Pedro foi o seu primeiro chefe, e Paulo o primeiro propagador entre os pagãos. Por caminhos diferentes, os dois testemunharam Jesus Cristo, inclusive entregando a vida por ele.
          O Evangelho narra o momento em que Jesus confere a Pedro o Primado na Igreja: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. Veja que Jesus fala “minha Igreja”. Se é dele, ele tem autoridade para determinar quem é o chefe. Nós agradecemos a Jesus a clareza com que ele instituiu Pedro como o chefe supremo da Igreja. Só está unido com Cristo quem está unido com a Igreja; e só está unido com a Igreja quem obedece filialmente ao Papa.
         E agradecemos a Deus a sucessão de S. Pedro, que nunca foi interrompida. O Papa Bento 16 é o 266º sucessor de S. Pedro na cátedra de coordenador geral da Igreja. Por isso hoje é também o Dia do Papa. Nós reafirmamos a nossa obediência filial a Bento16, e rezamos por ele, para que tenha muita saúde, sabedoria e santidade, a fim de continuar à frente da Igreja por muitos e muitos anos, como um bom pastor.
A segunda Leitura apresenta um pouco da vida de S. Paulo, cujo bimilenário de nascimento estamos celebrando. Ele nasceu em Tarso, na Cilícia, que pertence à atual Turquia, no Ano Nove da era cristã.
              A palavra “Igreja” foi criada por Jesus para designar a sua instituição. Qualquer instituição religiosa que se chame de igreja, está usando indevidamente o termo próprio da Igreja Católica, dado pelo seu fundador.
             Vamos reafirmar a nossa fé na Igreja Católica, como diz o Creio Niceno-constantinopolitado: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para remissão dos pecados”.
            Olavo Bilac foi um dos maiores poetas brasileiros. Morava no Rio de Janeiro e faleceu em 1918. Certa vez, um amigo seu encontrou-se com ele na rua e pediu: “Olavo, estou precisando vender minha chácara, que você bem conhece. Preciso colocar um anúncio no jornal. Por favor, faça para mim o texto do anúncio, porque eu não sei fazer”. Bilac pegou um papel e uma caneta e escreveu na hora, ali mesmo na calçada, sobre a pasta que trazia na mão, o seguinte texto: “Vende-se uma encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer no extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda”. Meses depois, Olavo encontrou-se com amigo e perguntou: “Já vendeu a chácara?” “De jeito nenhum” – respondeu ele – “Quando li o anúncio, percebi a maravilha que eu possuo, e a burrada que eu ia fazer ao vendê-la”.
               A santa Igreja é como aquela chácara. É maravilhosa, mas muitos não enxergam a sua beleza e as suas qualidades. Precisaria vir um poeta descrevê-la para nós, a fim de a amarmos mais. S. Pedro e S. Paulo poderiam ter defeitos, mas eles amavam muito a Jesus Cristo e amavam muito a Igreja. Que eles intercedam por nós a fim de termos também essas virtudes.
              Maria Santíssima é a Mãe da Igreja. Que ela nos ajude a amar a nossa Comunidade Crista, a nossa Paróquia, a nossa Diocese e a Igreja inteira, pois ela é a nossa Família, cujo Pai comum é Deus, e cujo chefe visível, continuador de Jesus Cristo, é o Papa Bento 16. E que ela nos ajude também a colaborar para que a nossa Igreja seja cada vez mais santa.
Tu és Pedro e eu te darei as chaves do Reino dos Céus.

Padre Queiroz

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la.

 

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6ª Semana Comum – Sexta-feira 21/02/2014

Evangelho (Mc 8,34–9,1)

Naquele tempo, 34chamou Jesus a multidão com seus discípulos e disse: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la.

36Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perde a própria vida? 37E o que poderia o homem dar em troca da própria vida? 38Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos”.

9,1Disse-lhes Jesus: “Em verdade vos digo, alguns dos que aqui estão não morrerão sem antes terem visto o Reino de Deus chegar com poder”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

       Neste Evangelho, Jesus nos apresenta três condições para ser da turma dele: renunciar a si mesmo, tomar a própria cruz e segui-lo.
        A frase de Jesus – “Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la” – parece uma contradição: quem perde a própria vida, este a salva. Na verdade, a palavra vida é usada aí por Jesus em dois sentidos: vida terrena e vida eterna no céu. Quem perder a vida terrena por causa dele e do Evangelho, este salvará a sua vida futura no céu.
           A fidelidade no seguimento de Cristo tem de ser ilimitada, chegando inclusive a sacrificar a vida se necessário. Essa afirmação, por si, é óbvia, pois a vida eterna é muito mais importante e duradoura que esta vida terrena; se houver uma necessidade de escolha, claro que optamos pela vida futura.
               Está nas entrelinha uma realidade que todos conhecemos: o seguimento de Jesus provoca oposições, que vão se tornando cada vez mais fortes e orquestradas. Só mesmo quem tem muita garra consegue ir em frente.
             Outra realidade de fundo é o que aconteceu com Jesus. Ele não perseguiu ninguém, não fez violência, e mesmo assim foi perseguido e sofreu violência. Quem vai atrás dele sabe que o mundo não mudou e portanto vai sofrer isso também.
             Jesus não apresenta a cruz como um bem, pois é claro que não é. Também não pede para a procurarmos, evidentemente. O que ele quer deixar claro é que ela será colocada no caminho dos seus seguidores, assim como foi colocada no seu caminho, e só quem a enfrenta, numa fidelidade até a morte, se salvará.
           Devemos renunciar a nós mesmos, porque a nossa natureza pede e nos puxa para o contrário da cruz. Esta é a parte mais difícil. Daí a necessidade de nos prepararmos, fazendo sacrifícios e penitência, para assumir o domínio sobre o nosso corpo, ferido pelo pecado.
            A palavra principal deste Evangelho não está escrita explicitamente: é o amor. Indiretamente está, quando Jesus diz: “por causa de mim”. Portanto, o que o cristão busca como valor máximo na vida é um amor sincero a Jesus, e ponto final. O amor torna doce o que é amargo, torna fácil o que é difícil, transforma a morte em vida, e vida para sempre.
          Portanto, diante de qualquer problema que nos acontece, simbolizados na palavra “cruz”, devemos olhar, não para trás: “por quê?” mas para frente: “para quê?” e tirar proveito, pois “tudo concorre para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).
             “Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora...” Jesus se refere ao testemunho, que faz parte do seguimento dele. Seguimento generoso, claro, pois de cristãos mais ou menos o mundo está cheio, e Cristo os detesta. Ele prefere mil vezes as pessoas que andam de costas para ele, àquelas que acendem uma vela para ele e outra para o diabo. Vivemos no meio de uma geração “adúltera e pecadora”; não compensa sacrificar o nosso futuro eterna, para termos um bom nome diante dela.
               Certa vez, um grupo de jovens fez uma encenação: acenderam uma vela grande na frente da sala, representando Jesus Cristo.
                Três deles tinham velas apagadas na mão. O primeiro foi e acendeu a sua vela na grande, representando o batismo. Mas, ao caminhar no meio dos outros, ficou com vergonha e escondeu a vela atrás da porta.
            O segundo fez pior: ao caminhar com a sua vela no meio dos colegas, de repente a jogou no chão e pisou em cima, apagando-a.
             O terceiro foi à frente, acendeu sua vela na grande e saiu caminhando do meio dos colegas. Ao ver a ver a vela atrás da porta, pegou-a, entregou ao colega que a havia escondido e os dois caminhavam juntos.
           Vendo a vela pisada no chão, pegaram-na, acenderam novamente com as velas deles mesmos e a entregaram ao que havia jogado no chão.
            Daí para frente, os três resolveram andar juntos, para que assim um ajudasse o outro a manter sua vela acesa.
Foi uma encenação simples, mas rica em ensinamentos. A vida em Comunidade é necessária para que perseveremos no seguimento de Jesus.
              O profeta Simeão disse para Maria que o seu Filho será uma “luz para iluminar as nações” (Lc 2,32). Que ela nos ajude a nunca deixar apagar essa luz.
Quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la.

Padre Queiroz

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A importancia do acompanhamento dos Pais, na formação religiosa dos filhos.

Na década de 80, o beato João Paulo II já tecia um panorama sobre a real situação familiar e nos presenteava com a Exortação Apostólica Familiaris Consortio onde, logo no início, podia-se ler:

“A FAMÍLIA nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas, por variadas situações de injustiça, de realizarem os seus direitos fundamentais ”.

Diante destas palavras proféticas concluímos que: o que antes era comum entre nós, agora se tornou uma preocupação, ou seja, a família tem deixado em segundo plano a educação cristã de seus filhos, transferindo essa responsabilidade para a Igreja e, o que é pior, justamente quando a pessoa já está com a sua personalidade formada.

Como fazer para que a família assuma seu papel no processo educativo da fé cristã dos filhos e seja lugar de valores morais, de oração e de abertura para Deus? Eis o problema.

Sabemos que a sociedade mudou. A família, como parte viva da sociedade, também mudou, e esta mudança afeta o relacionamento dos seus membros. Deste modo, a família tem dificuldades de se encontrar como família cristã e, com isso, vai diminuindo sua capacidade de responder aos novos desafios, no que diz respeito à fé e aos anseios mais profundos do coração humano.

A Igreja acredita na família e no seu fundamental papel na sociedade – de ser, nela, célula primeira e melhor Igreja – e por ela, olha com fé e convicção. Em virtude disso, luta para que os filhos encontrem, na Igreja, o primeiro espaço de encontro com Deus e o fundamento de sua fé. Por isso,

“consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente, a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros” .

Quando a educação da fé é iniciada na família, é mais perceptível a sua assimilação em outros meios como a catequese paroquial, o ambiente escolar e mesmo o universo jovem social. É preciso então que a família tenha consciência de que os filhos são a sua maior riqueza e que educando-os, através de valores morais e cristãos, estará preservando esse bem maior e preparando pessoas para uma vida feliz e realizada.

Neste contexto social e cultural diversificado, o que fazer, então, com que a família seja, de fato, o lugar para o despertar da fé?

Primeiro: Os pais precisam tomar consciência de que a verdadeira catequese começa ainda no ventre materno. Durante o período da gestação, deve-se tomar os cuidados necessários para que a gravidez seja serena e feliz. Cuidado para que a mulher viva este período sem turbulências, agitos e dificuldades, procurando, esposo e esposa, dialogar, amar, conversar com a criança, demonstrando, assim, afeto e carinho, para que ela, desde já, experimente o amor de Deus e da família. A experiência mística dos pais, ao longo da gestação, do mistério da vida que brota no ventre materno, certamente fará com que a criança encontre, efetivamente, na família, uma Igreja doméstica.

Segundo: É a partir da convivência familiar que a criança forma interiormente a imagem de Deus, que posteriormente será trabalhada na catequese em vista dos sacramentos. Se a criança percebe que a família é o espaço de comunhão, de partilha e de amor, certamente compreenderá melhor a imagem de Deus como um Deus amor, partilha e comunhão. Essa formação contribuirá para a formação de sua personalidade e de seu caráter.

Terceiro: A família deve compreender que, quando a criança chega à catequese paroquial, ela já precisa ter vivenciado os valores da fé, no seio familiar, assim como deve compreender que a Igreja é apenas uma cooperadora na continuidade da educação cristã. Deve também tomar consciência de que a catequese é um processo permanente e não se destina simplesmente à preparação para os sacramentos. Assim, compreendemos que a catequese, como processo, é algo a ser vivido por toda a vida, portanto deve ser transmitida em seus vários níveis, e a família é a instituição que acompanhará essa evolução.

Por fim, quando a criança já estiver participando da catequese paróquia,l é importante que a família acompanhe e ajude a Igreja a transmitir e a vivenciar os valores da fé. Grande parte das famílias contribui para isso. Muitas outras esquecem de seu papel e atribui toda essa responsabilidade à Igreja. Isso acontece, porque muitas vezes falta o interesse pela educação religiosa dos filhos.

Os pais são, na maioria dos casos, os que não praticam a religião e, por esse motivo, não possuem a identidade religiosa que deve ser transmitida. Isso se dá devido a inúmeros fatores: a frágil estrutura familiar dentro de uma sociedade marcada pelo egoísmo, pelo individualismo, pelo consumismo e pela competição; as atividades de lazer, priorizadas nos finais de semana são motivos para que os pais abdiquem da responsabilidade de levar seus filhos à Igreja, de modo especial para participar da Santa Missa; a necessidade do trabalho fora de casa que impede os pais de educar os filhos como gostariam, e tantos outros problemas sociais, como a falta de emprego e moradia que dificulta a educação humana e cristã dos filhos .

A Igreja, sabedora dos desafios que afrontam o seio das famílias,deseja, antes de tudo, ser um porto seguro, capaz de auxiliá-la na difícil tarefa de educar com valores perenes .

É preciso então que, antes mesmo de receberem o matrimônio, os pais tenham consciência de que a família é um projeto de Deus e, para que este projeto seja executado, Deus conta com a participação ativa deles . Só assim, continuaremos com uma sociedade alicerçada na família, tendo-a como célula “mater” e, por sua vez, uma sociedade organizada e embasada nos valores humanos e cristãos.

Pe. Almerindo da Silveira Barbosa

Assessor da Catequese – Diocese de Luz/MG

Tu és o Messias...-

 

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Evangelho (Mc 8,27-33)

Naquele tempo, 27Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe. No caminho perguntou aos discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?”

28Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas”. 29Então ele perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias”.

30Jesus proibiu-lhes severamente de falar a alguém a seu respeito. 31Em seguida, começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. 32Ele dizia isso abertamente.

Então Pedro tomou Jesus à parte e começou a repreendê-lo. 33Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás!” Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

 

DIA 20 QUINTA - Evangelho - Mc 8,27-33

     Tu és o Messias... E começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito.
      Este Evangelho narra a pergunta que Jesus fez aos discípulos a respeito da opinião do povo sobre quem é ele. Após várias respostas, Jesus a pergunta principal: “E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Messias”.
        Esta segunda pergunta de Jesus – E vós, quem dizeis que eu sou? – é fundamental na nossa vida cristã. Hoje ela é feita por Cristo diretamente a mim e a você: Quem sou eu para você, isto é,na sua vida? Da resposta a essa pergunta depende o sentido que damos aos nossos atos e à nossa vida. Ela é a força que nos impulsiona, a esperança que nos anima.
          A resposta tem de ser pessoal. Não adianta repetir frases decoradas no catecismo sobre quem é Jesus.
           Para responder quem é uma pessoa, precisamos primeiro conhecê-la bem. Não basta saber o nome, onde mora, sua idade, escolaridade, conhecer os seus familiares e saber para que time torce. Precisamos conviver, fazer uma experiência pessoal com ela, escalando a montanha da vida, nadando no oceano do tempo, ouvindo a melodia do seu coração, vendo as suas atitudes nas mais diversas situações e captando os seus sentimentos. Só se conhece alguém a partir da sua vida, da sua história, dos seus sonhos e ideais. Para isso precisamos, como dizem os japoneses, “comer um quilo de sal junto com a pessoa”.
                 Na verdade, mesmo assim a pessoa ainda permanece um mistério. O ser humano é insondável, até para a própria pessoa, quanto mais para os outros. Quanto a Jesus, precisamos, através dos Evangelhos, conhecer o seu rosto autêntico, a fim de descobrir nele o rosto de Deus.
             É urgente fazermos essa experiência com Jesus, a fim de tomarmos uma posição definida em relação a ele. Se respondermos, por exemplo, que ele é o nosso caminho, verdade e vida, o seu sonho passará a ser o nosso sonho. Só assim responderemos corretamente à pergunta que hoje ele nos faz: “E para você, quem sou eu?” O Senhor é o meu modelo de vida na terra, respondemos.
                Convivendo com Jesus, descobriremos nele uma pessoa plenamente humana, um ser humano que se formou na estreiteza de um útero, na simplicidade de uma aldeia e na insignificância de uma cultura. Veremos em Jesus um ser histórico, que sente fome, sede, saudade, alegria, angústia, amizade, que chora pela morte de um amigo, que cresce, aprende, pergunta, ouve, avalia e até se indigna.
                Descobriremos alguém que por amor assumiu integralmente a nossa condição humana, e por isso é companheiro, modelo, mestre e amigo. Compensa mergulhar nessa piscina.
                  Pedro deu uma resposta correta sobre quem é Jesus. Mas lhe faltava a dimensão do Messias sofredor. “O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás eu não andei. Apresentei as costas aos que me queriam bater, ofereci o queixo aos que me queriam arrancar a barba e nem escondi o rosto dos insultos e escarros” (Is 50,5-6).
                Entretanto, após a bronca de Jesus – “Vai para longe de mim, Satanás!” – Pedro aprendeu a lição. Não só aprendeu, mas seguiu, pois ele também morreu crucificado. O caminho de Pedro é o nosso caminho: dando cabeçadas, aprendemos.
                 Imagine que você tem um cachorro de estimação, e o vê roendo um osso. Você fica indignado com aquilo e tenta tirar o osso da boca do cão, mas não consegue, porque ele ameaça morder em você; afinal, é a única coisa que ele tem.
             Você tem uma idéia: vai lá dentro, pega um filé mignon bem gostoso e joga perto do cachorro. Claro que imediatamente ele larga o osso e abocanha o filé. E o faz abanando o rabo para você, em agradecimento. Aí você pega o osso e joga no lixo.
              Muita gente que não conhece direito a Cristo vive roendo ossos por aí: drogas, sexo livre, farras, alcoolismo... Em vez de lhes tirar esses ossos, o que dificilmente conseguimos, vamos oferecer-lhes o filé mignon que é Cristo.
               Podemos dizer que existem dois jeitos de educar crianças e jovens: arrancando ossos e oferecendo filé mignon. Todo mundo quer a felicidade; se não oferecemos a verdadeira e plena, a pessoa a busca do seu jeito, nas felicidades magras que o mundo lhe oferece.
              Se um copo está cheio de um líquido e você despeja nele outro líquido mais pesado, o que estava é jogado para fora. Não queiramos primeiro esvaziar o coração das pessoas, tirando deles o que está errado; vamos apresentar-lhes algo melhor, que o antigo esborrifará para fora naturalmente.
             Que Maria Santíssima, a pessoa que melhor conheceu e amou a Jesus, nos ajude a respondeu com a nossa vida à pergunta que hoje nos faz: Quem sou eu para você?
Tu és o Messias... E começou a ensiná-los, dizendo que o Filho do Homem devia sofrer muito.

Padre Queiroz

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O cego ficou curado, e enxergava todas as coisas com nitidez.

Evangelho

DIA 19 QUARTA

Evangelho (Mc 8,22-26)

Naquele tempo, 22Jesus e seus discípulos chegaram a Betsaida. Algumas pessoas trouxeram-lhe um cego e pediram a Jesus que tocasse nele. 23Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado, cuspiu nos olhos dele, pôs as mãos sobre ele, e perguntou: “Estás vendo alguma coisa?” 24O homem levantou os olhos e disse: “Estou vendo os homens. Eles parecem árvores que andam”. 25Então Jesus voltou a por as mãos sobre os olhos dele e ele passou a enxergar claramente. Ficou curado, e enxergava todas as coisas com nitidez. 26Jesus mandou o homem ir para casa, e lhe disse: “Não entres no povoado!”

— Palavra da Salvação. — Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

Evangelho - Mc 8,22-26

         O cego ficou curado, e enxergava todas as coisas com nitidez. Este Evangelho nos traz a cena da cura do cego em dois estágios. “Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado...” A multidão massifica, aliena. Precisamos ficar a sós com Deus para reassumirmos a nossa individualidade. Cada um de nós é diferente de todos e de todas. Este cego era massificado, por isso não tinha muita iniciativa: “Algumas pessoas trouxeram-lhe um cego e pediram a Jesus que tocasse nele”.
         “Cuspiu nos olhos dele, pôs as mãos sobre ele...” É importante o contato físico com Deus e com as pessoas. Também hoje podemos ter contato físico com Jesus, na Eucaristia e na Comunidade reunida em seu nome.
            Também nós, como continuadores de Jesus, devemos nos aproximar fisicamente das pessoas, ter contato pessoal, e não apenas ficar atrás de um microfone, de uma câmara ou sentados escrevendo.
           A cura em dois estágios nos ensina que a libertação da nossa cegueira espiritual é gradativa e vai acontecendo aos poucos. O primeiro estágio é a pessoa reconhecer Jesus, mesmo que apenas como curador, e reconhecer o próximo, mesmo que como “árvores que andam”. Mais tarde, a pessoa reconhecerá Jesus como Filho de Deus, caminho, verdade e vida, e o próximo como irmão e irmã. Os estágios continuam... O amor a Deus e ao próximo vão crescendo, até a pessoa dizer como S. Paulo: “Não sou mais eu que vivo, é Cristo que vive em mim”, e dar a vida por ele e pelos irmãos.
             Ultrapassamos o interesse em receber favores de Jesus, e passamos a “amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou”, viver e morrer como Jesus, unindo-nos depois eternamente com ele e com a sua e nossa Família, no Céu.
           “Não entres no povoado.” Jesus não quer ser visto como um simples curador. O seu objetivo é levar o povo a acreditar em Deus e na própria união em Comunidade. O seu desejo é que o povo caminhe com suas próprias pernas, rumo à autonomia e à libertação dos seus males todos, sem depender dos outros. Mas para isso precisamos do primeiro estágio, que é nos libertarmos de toda e qualquer cegueira. A participação em movimentos sociais e o engajamento político fazem parte dessa caminhada.
Após o Natal, um garoto saiu à rua e viu um menino da sua idade com uma bicicleta nova. Perguntou a ele: “Como que você conseguir esta bicicleta?” O garoto respondeu: “Foi meu irmão que me deu”. Ele olhou bem para a bicicleta e disse: “Nossa, como que eu gostaria de ser como o seu irmão!”
             Em seguida convidou o dono da bicicleta para ir com ele até a sua casa, que era perto. Chegando, ele foi lá dentro, trouxe o seu irmão menor, apontou para a bicicleta e disse: “Quando eu crescer, vou comprar para você uma bicicleta igualzinho a esta”.
Que exemplo esse garoto deu, não? Em geral, o nosso é receber, ele sonhava em dar; amava tanto o seu irmãozinho que sonhava em lhe dar uma bicicleta. A reação espontânea dele não foi, como geralmente acontece, querer ter a sorte de quem ganhou, mas querer ter o coração e a possibilidade de quem deu. Esse menino não é “cego” espiritual. “Descubra a felicidade de servir”. “Há mais felicidade em dar do que em receber” (At 20,35).
Quando Maria Santíssima disse que Deus “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes, encheu de bens...”, certamente ela sonhou com um povo agindo com as suas próprias forças, unido, organizado, com fé e gratidão a Deus, e feliz.
O cego ficou curado, e enxergava todas as coisas com nitidez.

Pe. Queiroz

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.

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DIA 18 TERÇA - Evangelho - Mc 8,14-21

EVANGELHO DO DIA

Naquele tempo, 14 os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão.  15 Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16 Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17 Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido?  18 Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais  19 de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”.  20 Jesus perguntou: E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços? Eles responderam: “Sete”.  21 Jesus disse: “E ainda não compreendeis?”

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

         Este Evangelho que Jesus e os discípulos estavam na barca, e os discípulos estavam preocupados porque tinham se esquecido de levar pão. “Jesus falou: Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. Eles pensaram que Jesus estava falando do fermento material. Jesus os repreendeu. Lembrou-lhes que no dia anterior havia multiplicado pães para uma multidão, e disse: “Tendo olhos, não vedes, e tendo ouvidos, não ouvir?”
           Tanto os fariseus como Herodes buscavam exageradamente a própria segurança, sem confiar em Deus. E essa busca se transformava em ganância, que gera a exploração do próximo, a desunião etc. Como os fariseus e Herodes pertenciam à classe alta, o seu exemplo de vida atuava na sociedade como o fermento, isto é, transformava toda a massa.
Nós passamos a vida preocupados com o pão material, e nos esquecemos de nos dedicar mais às coisas de Deus. O cristão não se preocupa demais com as coisas materiais, sabendo que Deus é Pai providente. Por isso não acumulam bens, e substituem o comércio pela gratuidade e a concentração pela partilha.
            Na visita de Jesus aos seus amigos Marta, Maria e Lázaro, Marta cometeu um erro semelhante. Ao invés de ouvir Jesus, como sua irmã, ficou atarefada na preparação de comida e pouso para os queridos visitantes. E Jesus deu bronca: “Marta, Marta! Tu te preocupas com tantas coisas, mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
             Os três grandes pecados do mundo são a concupiscência da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida. Todos provêm da falta de fé, e são as raízes de todos os pecados que cometemos (Cf 1Jo 2,15-16).
             O “fermento dos fariseus e o fermento de Herodes” era a preocupação exagerada pela própria segurança e sobrevivência, esquecendo-se de confiar mais em Deus, e obedecer-lhe servindo ao próximo.
           O milagre da multiplicação dos pães aconteceu exatamente quando Jesus e os discípulos fizeram o contrário dos fariseus e de Herodes: repartiam com os outros o pouco que tinham.
Os fariseus tinham uma maneira de ser religioso muito comum em todos os tempos: praticar a religião egoísticamente, sem viver no amor. E sendo, tanto os fariseus como Herodes, gente importante na sociedade, os Apóstolos corriam sério perigo de ir na onda deles, o que já estava começando a acontecer naquela preocupação com o esquecimento dos pães.
          Os fariseus estavam dispostos a servir a Deus; mas Deus, em troca, devia reconhecer os méritos deles e premiá-los. Esta é a mentalidade da maioria das seitas atualmente, torcendo para o inverso a frase de S. Francisco em sua oração: “É dando que se recebe”.
           O fariseu evita o trato simples com os demais, por medo de que descubram seus sentimentos. Ele sabe que tem as mesmas fraquezas, apesar de ser praticante da Lei. Mas não tem a chave da superação dos próprios defeitos, que é a oração humilde. Não lhe resta, portanto, outro caminho senão salvar as aparências, através de uma conduta externa irrepreensível.
             A Irmã Dulce nasceu em Salvador – BA, em 1914. Como jovem, formou-se em enfermagem. Com dezoito anos entrou na Congregação das Irmãs da Caridade, onde se tornou Irmã em 1932. Dois anos depois, ela estava caminhando na vila Ilha dos Ratos, periferia de Salvador, e um menino lhe pediu ajuda. Conversando com o garoto, ela viu que ele não tinha onde morar. Olhou de lado, viu um barraca abandonado, arrombou a porta e colocou a criança dentro. No dia seguinte, ela voltou ao local para ver como estava o menino. Uma velhinha que sofria de câncer e um deficiente físico lhe pediram ajuda. Como os dois não tinham onde morar, Irmã Dulce os colocou junto com o menino no barraco.
          Apareceu o dono do barraco reivindicando a posse, e a Irmã levou os três para um mercado de peixe desativado. Ali, como espaço era maior, o grupo cresceu. Mas o prédio pertencia à prefeitura e o prefeito foi implacável: mandou a Irmã embora de lá.
           Ela conseguiu licença da madre superiora e transformou o galinheiro do convento em albergue. E assim foi. Nada desanimava a Irmã.
          Numa noite, em 1952, ela ouviu o barulho forte na rua. Foi até a janela e viu que um ônibus e um bonde tinham colidido. Correu ao local, pegou um caixote, subiu em cima e quebrou o vidro da janela do ônibus, salvando doze pessoas. Seu hábito ficou toda chamuscado. Resumindo, a Ir Dulce foi uma bênção para os pobres de Salvador. Está em processo de beatificação.
Esta não foi contaminada pelo fermento dos fariseus.
Maria Santíssima não acumulava bens para si, nem procurava dar uma aparência melhor do que ela era realmente. Mesmo não tendo pecado, era humilde e se reconhecia indigna dos favores divinos. Que ela nos ajude no testemunho da verdade, da humildade e da transparência, da confiança em Deus e do serviço aos irmãos.
Tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.

Pe. Queiroz

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Por que esta geração pede um sinal?

 

FF

Evangelho (Mc 8,11-13)

Naquele tempo, 11os fariseus vieram e começaram a discutir com Jesus. E, para pô-lo à prova, pediam-lhe um sinal do céu. 12Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que esta gente pede um sinal? Em verdade vos digo, a esta gente não será dado nenhum sinal”. 13E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem.

— Palavra da Salvação.

— Glória a vós, Senhor.

 

HOMILIA DO EVANGELHO

DIA 17 SEGUNDA - Evangelho - Mc 8,11-13

Por que esta geração pede um sinal?
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            O evangelista responde por quê. Era para por Jesus à prova. Jesus fica tão triste com pedido dos fariseus que até dá um suspiro profundo. Depois se manda dali. Este episódio reflete a aversão que as autoridades tinham a Jesus. Era uma aversão não racional, mas subjetiva, emocional e interesseira. Afinal, eles eram os líderes também religiosos do país, e Jesus ameaçava desbancá-los, como de fato desbancou.
         Jesus tinha acabado de multiplicar pães, e logo antes havia curado um surdo-mudo. Tudo isso era sinal de que ele era o Messias, o Filho de Deus. Mas quando a gente quer recusar alguém, por mais bem que ele ou ela faça, sempre é ruim. “O pior cego é aquele que não quer ver”, disse Jesus.
         O que os fariseus pediam a Jesus era um sinal cósmico e apocalíptico, que provasse de forma contundente que ele é o Messias. Mas isso Deus não costuma fazer, porque passaria por cima da nossa liberdade, forçando-nos a acreditar. Ele quer que juntemos à fé o nosso afeto a nossa obediência.
        Os pecadores vivem pedindo um sinal a Deus; querem que Deus se mostre de forma mais clara que o sol ao meio dia. Mas o que lhes embaça os olhos, impedindo a fé, é o pecado! “Quem acolhe os meus mandamentos, esse me ama... Eu o amarei e me manifestarei a ele” (Jo 14,21).
        Também nas tentações de Jesus, o diabo lhe pediu uma demonstração cabal de que é o Filho de Deus: “Se és o Filho de Deus, atira-te do pináculo do Templo para baixo... transforma estas pedras em pães...” Enquanto Jesus morria na cruz, os seus inimigos lhe diziam: “Se és o Filho de Deus e o rei de Israel, desça agora da cruz”. Jesus estava dando o maior sinal: um amor até a morte, mas ninguém entendia.
         O sinal que Deus Pai ia dar do Reino messiânico será o menos esperado: a humilhação suprema de seu Filho, que por obediência ao seu plano de salvação morre numa cruz, ressuscita e é exaltado sobre todas as criaturas.
          Tudo isso fala, mas numa linguagem desconhecida para os inimigos de Jesus: o amor de Deus aos homens, a ponto de lhes entregar o seu Filho. Somente nele haverá salvação. Desde então, o amor e a cruz serão os sinais do cristianismo diante do mundo.
          Jesus sempre pedia que não publicassem seus milagres para que a fé, mesmo seguindo um caminho lento, avançasse pela via do amor e da cruz.
        Quando Jesus enviou seus discípulos em missão, pediu que fossem pobres, sem mais bagagem que a sua palavra e o testemunho.
Uma Comunidade cristã que confiasse demais nos meios econômicos e nas influências sociais, demonstraria que a sua fé se debilitou, porque não confia plenamente no Espírito de Jesus.
        Hoje, os sinais do Reino de Deus não convencem os perversos, porque consistem na libertação dos pobres, em dar vista aos cegos e em anunciar a libertação aos marginalizados e a salvação (Cf Lc 4,18).
Havia, certa vez, um jovem universitário que não tinha fé, mas sentia um grande desejo de acreditar em Deus. Sua incredulidade o angustiava e o tornava infeliz.
        Um dia, ele encontrou na Bíblia a seguinte frase: "Aquele que ama conhece a Deus" (1Jo 4,7). Tentou então este caminho, dedicando-se intensamente ao amor ao próximo.
        Logo encontrou a fé, e junto com ela veio a felicidade. Então ele disse esta frase que ficou célebre: "Procurei a Deus, não encontrei; procurei a mim mesmo, não encontrei; procurei o próximo, encontrei os três".
         Que Maria Santíssima nos ajude a seguirmos tão bem o seu Filho, que nunca precisemos de lhe pedir um sinal.
Por que esta geração pede um sinal?

Padre Queiroz

domingo, 16 de fevereiro de 2014

O amor verdadeiro é exigente

 

Ele exige esforço para cumprir a vontade de Deus

     Quando Jesus saía com os seus discípulos, a caminho de Jerusalém, apareceu um jovem que se ajoelhou diante d’Ele e lhe perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para ganhar a vida eterna?” O Senhor indica-lhe os Mandamentos como caminho seguro e necessário para alcançar a salvação. O jovem, com grande simplicidade, respondeu-lhe que os cumpria desde a infância. Então Jesus, que conhecia a pureza daquele coração e o fundo de generosidade e de entrega que existe em cada homem e em cada mulher, “olhou para ele com amor” e convidou-o a segui-Lo, pondo à parte tudo o que possuía.
        Como gostaríamos de contemplar esse olhar de Jesus! Umas vezes, imperioso; outras, de pena e de tristeza, por exemplo ao ver a incredulidade dos fariseus (Mc 2,5); outras, de compaixão, como à entrada de Naim, quando passou o enterro do filho da viúva (Lc 7,13). É esse olhar que comunica uma força persuasiva às palavras com que convida Mateus a deixar tudo e segui-Lo (Mt 9,9); ou com que se faz convidar a casa de Zaqueu, levando-o à conversão (Lc 19,5).
Mas o jovem prefere a “segurança” da riqueza e recusa o convite de Jesus!
         Ao recusar o convite, diz o Evangelho:” quando ele ouvir isso, ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque era muito rico” (Mc 10,22). “A tristeza deste jovem deve fazer-nos refletir. Podemos ter a tentação de pensar que possuir muitas coisas, muitos bens neste mundo, pode fazer-nos felizes. E no entanto, vemos no caso deste jovem do Evangelho que as muitas riquezas se converteram em obstáculo para aceitar o chamamento de Jesus. Não estava disposto a dizer Sim a Jesus e não a si próprio, a dizer Sim ao amor e não á fuga!

          O amor verdadeiro é exigente. O amor exige esforço e compromisso pessoal para cumprir a vontade de Deus. Significa disciplina e sacrifício, mas significa também alegria e realização humana. Não tenhais medo a um esforço honesto e a um trabalho honesto; não tenhais medo à verdade. Queridos jovens, com a ajuda de Cristo e através da oração, vós podeis responder ao Seu chamamento, resistindo às tentações, aos entusiasmos passageiros e a toda a forma de manipulação de massas.
         Segui a Cristo! Vós, esposos, tornai-vos participantes reciprocamente, do vosso amor e das vossas cargas, respeitai a dignidade humana do vosso cônjuge; aceitai com alegria a vida que Deus vos confia; tornai estável e seguro o vosso matrimônio por amor aos vossos filhos.
Segui a Cristo!

         Vós solteiros ou que estais a preparar para o matrimônio!Em nome de Cristo estendo a todos vós o chamamento, o convite, a vocação: Vem e segue-Me” (Beato João Paulo II).
A reflexão da passagem bíblica sobre o jovem rico leva-nos a entender o uso dos bens materiais. Jesus não os condena por si mesmos; são meios que Deus pôs à disposição do homem para o seu desenvolvimento em sociedade com os outros. O apego indevido a eles é o que faz que se convertam em ocasião pecaminosa. O pecado consiste em “confiar” neles, como solução única da vida, voltando as costas à divina Providência. São Paulo diz que a ganância é uma idolatria (Cl 3,5). Cristo exclui do Reino de Deus a quem cai nesse apego às riquezas, constituindo-as em centro da sua vida, ou melhor disto, ele mesmo se exclui.
           Quem é esse jovem do Evangelho? Posso ser eu. Pode ser você… São muitas pessoas que observam os Mandamentos e até desejariam fazer mais… Mas quando Deus pede algo mais… se retiram tristes, porque estão apegadas a muitas coisas, que amaram o seu coração e impedem de dar esse passo a mais. As vezes são medíocres, querem ficar satisfeitas apenas com o mínimo necessário!…
Cristo nos dirige, ainda hoje, o mesmo convite: “Vai e vende tudo o que tens e dá aos pobres… e depois, vem e segue-Me.” Todos nós temos alguma coisa para “vender”… Quais são as “riquezas”, de que devemos nos desfazer para esse algo mais e que tornam o nosso coração materializado e insensível às coisas de Deus?
Cristo continua nos olhando com amor! Com esforço devemos seguir o Mestre. “Neste esforço de identificação com Cristo, costumo distinguir como que quatro degraus: procurá-Lo, encontrá-Lo, tratá-Lo, amá-Lo. Talvez vos sintais como que na primeira etapa. Procurai o Senhor com fome, procurai-O em vós mesmo com todas as forças. Atuando com este empenho, atrevo-me a garantir que já O tereis encontrado, e que tereis começado a tratá-Lo e a amá-Lo” (São Josemaria Escrivá, Amigos de Deus, nº 300).

Mons. José Maria Pereira
Diocese de Petrópolis-RJ