sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Fidelidade conjugal nasce da simplicidade da partilha a dois


A fidelidade conjugal é fruto da fidelidade no namoro

Na história a seguir, entenda a importância da fidelidade da vida conjugal.

Havia um senhor que, todas as manhãs, ia tomar café com sua esposa, a qual se encontrava internada em um asilo. Certa manhã, esse senhor estava esperando o ônibus. Quando olhou para o lado, viu um amigo seu que se aproximava. Cumprimentaram-se e o senhor convidou seu amigo para sentar-se ao seu lado. Contou ao amigo sobre sua jornada matinal de todos os dias. Ouvindo-o atentamente, este amigo lhe perguntou:

“Por que, todas as manhãs, você vai tomar café com sua esposa, se ela não se lembra mais de quem é você? Ela tem Alzheimer!” Nisso, aquele senhor virou-se e, olhando profundamente nos olhos de seu amigo, disse-lhe: “Ela pode não se lembrar de quem eu sou, mas eu me lembro de quem ela é e do compromisso que nós assumimos perante Deus!”.

Resultado de imagem para fidelidade conjugal nasce da simplicidade da partilha dos dois

O valor da fidelidade

Em uma sociedade com tantas propostas de felicidade, essa pequena história nos ensina o valor da fidelidade nas relações conjugais, em todos os momentos da vida: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias, manhãs, tardes e noites da vida a dois. A fidelidade entre o casal começa no período de namoro, momento propício do conhecimento, tempo de construir uma relação madura e humana. Estação de semeadura das flores que, um dia, irão florir nos canteiros de uma vida conjugal sacramentada pela bênção de Deus.

A fidelidade no casamento é fruto da fidelidade no namoro. A busca pelo que é essencial no casamento deve sempre ser maior do que é periférico. Muitos relacionamentos conjugais se estacionam em sentimentos periféricos, os quais não trazem nenhum benefício para quem busca construir uma vida de amor partilhado. O amor, que um dia os uniu, acaba sendo deixado de lado por desentendimentos não resolvidos, pela falta de diálogo e compreensão de ambas as partes.

Construção do amor

Fidelidade nas alegrias da vida, mas também nos momentos de tristeza. Fidelidade na saúde e também na doença. O verdadeiro amor é construído dia a dia na vida do casal. A cada nova manhã, marido e mulher são sempre convidados a renovar a fidelidade um ao outro e redescobrirem o motivo que, um dia, os levou ao altar: o amor que os uniu por toda a vida.

Uma verdadeira experiência de fidelidade conjugal passa pelo processo da gratuidade do amor. Marido e mulher, que cobram amor um do outro, estão negociando seus sentimentos. A própria palavra “cobrança” revela, em si mesma, seu significado: só cobramos algo de alguém quando há uma dívida pendente. O amor conjugal não é negócio, mas pura gratuidade, doação e entrega. Quando as cobranças começam, o relacionamento entra num processo de contabilidade, no qual o saldo final sempre será negativo.

Renovação do compromisso

A cada novo dia, a cada nova manhã, o amor e a fidelidade devem ser renovados. Novas esperanças devem ser semeadas no jardim da vida a dois. Esposo e esposa devem cultivar, em conjunto, no canteiro da alma, o amor que os uniu um dia. Descobrir que o outro não é tão perfeito como se imaginava, é um exercício de paciência, que só poderá ser vencido com as flores da paciência, do diálogo e do perdão.

No casamento, a fidelidade nasce da simplicidade da partilha a dois. Cada casal é sempre convidado a descobrir, na simplicidade da vida a dois, o espetacular da vida matrimonial.

Fonte: Cancão Nova.

Existe sentido para viver o sofrimento?


O sofrimento precisa ser o impulso para a ressurreição

“Os que lançam as sementes entre lágrimas, colherão com alegria.” (Sl 125)

Muitas vezes, a experiência da dor é marcada por mistério e incompreensão, e o desejo de conhecer os motivos do sofrimento jamais será saciado nesta vida. Frente ao mistério da dor, o homem busca respostas que nem sempre vai encontrar, como alguém ávido de compreensão que mergulha no abismo profundo do “por quê?”

Imagem relacionada

Nossa fé nos permite vislumbrar um caminho novo e diferente. O homem não depende da compreensão de sua dor para conseguir superá-la. O mais importante não é entender, mas descobrir a força de esperança que nasce de um coração que sabe crer. Crer que a mais bela experiência de amor só brota de um terreno encharcado pelas lágrimas. Crer que o valor das pequenas coisas só brilha quando elas fazem falta. Crer que Deus é capaz de gerar santidade mesmo nas piores tragédias. É essa fé que dá ao homem o sentido para suas dores e, ao mesmo tempo, não o reduz à mera compreensão das fatalidades da vida.

Lute diante do sofrimento

O cristão não teme o sofrimento, porque encontra nele o impulso para a ressurreição. É no largar da dor que Deus espreme aqueles que Ele ama, para que sejam capazes de produzir o mais puro óleo de santidade. É essa beleza de fé, muitas vezes obscura, que se torna o caminho seguro para que sejamos capazes de vencer as maiores dores da vida e da existência.

Felizes aqueles que escolheram ficar na incompreensão das suas dores para caminhar na penumbra da fé. São esses que se tornaram agradáveis a Deus e encontraram n’Ele a força e a coragem para um abandono total. Felizes aqueles que, após a noite das lágrimas, puderam sorrir na aurora da ressurreição e da vida nova. Esses foram além da mera compreensão racional, subiram mais alto, chegaram ao horizonte limitado da fé que faz do crente alguém que não depende de explicações humanas, pois encontrou em Deus um amor que não requer respostas. Quem ama não precisa entender, basta que exista o amor para que a angústia da incompreensão se transforme na paz que nasce da fé.

Que hoje também você encontre em Deus esse amor que, não exigindo respostas, nos permite sorrir mesmo quando temos todos os motivos para chorar.

Em oração por você!
Willian Guimarães

Em tempos difíceis como viver da Divina Providência?

Resultado de imagem para Em tempos difíceis como viver da Divina Providência?


Acredite e confie na Divina Providência nos momentos de dificuldade.

Lidar com a falta de recursos é algo de que, atualmente, não conseguimos escapar. Seja pela nossa própria realidade, pelas publicações na internet ou pelas conversas a nossa volta, a verdade é que, onde quer que estejamos, o assunto parece inevitável. E mesmo que tenhamos o desejo de nos manter otimistas, acabamos contagiados pelas lamentações. Com isso, inevitável também é o sentimento de medo e insegurança que a crise provoca. Por fim, vem a pergunta: “O que posso fazer diante dessa realidade? Será que existe uma saída?”.

A boa notícia é que existe sim uma saída e ela tem um nome: Divina Providência. Aliás, você sabe o que significa Divina Providência? Teologicamente, quer dizer o poder e a sabedoria suprema de Deus com a qual ele governa todas as coisas e pessoas. Em outras palavras, é uma experiência de fé que nos desafia a fazermos o que está ao nosso alcance, mas, ao mesmo tempo, a nos abandonarmos totalmente nas mãos de Deus, deixando-nos conduzir por Ele em todos os aspectos, certos de que “uma vez que o amamos, tudo concorre para o nosso bem” (Romanos 8,28). Nesse sentido, viver da Divina Providência significa ainda aceitar a vontade de Deus, mesmo que ela seja contrária as nossas expectativas; até porque são as provas que vivemos que nos fazem valorizar o essencial. Basta lembrar, por exemplo, o quanto valorizamos a saúde após a doença, o trabalho depois do desemprego e poderia citar tantos outras situações que vivemos na dor, mas que nos tornaram pessoas melhores após a superação. Perdas e ganhos fazem parte da arte de viver, o que não podemos é parar diante de desafios como a crise financeira, por exemplo.

Vença a crise e não desanime

Madre Teresa, ao falar a esse respeito, ensina-nos que não podemos deixar que enferruje o ferro que existe em nós. “Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca pare”, diz ela com toda sabedoria própria de quem passou por este mundo fazendo sua parte, porém, confiando seguramente nos desígnios de Deus. Acredito que essa seja a receita ou, pelo menos, uma boa dica para quem deseja viver da Divina Providência em nossos dias, ou seja, fazer o que nos compete a cada instante – nem menos, porque seria negligencia; nem mais, porque o que não está ao nosso alcance, Deus não nos pede que façamos –, e confiar seguramente na ação divina, que pode até tardar de acordo com nossas expectativas, mas nunca falha, porque Ele é rico em generosidade.

Outro aspecto que considero importante, nesse sentido, é assumir a verdade. Não é fácil reconhecer que estamos vivendo um momento de crise, seja ela qual for, mas sem esse passo não tem como dar outros. A verdade dita do jeito certo sempre liberta. Portanto, se a crise material envolve a família, é fundamental que todos, independente da idade, saibam e colaborem com as mudanças que ela exige. Precisamos ter a coragem, por exemplo, de nos perguntarmos diante de algo que queremos: será que, realmente, preciso disso? Ao mesmo tempo, ajudarmos nossos filhos a repensarem também suas escolhas, lembrando que ninguém pode ter tudo que deseja neste mundo, e saber escolher hoje é condição fundamental para a felicidade futura.

Ser agradecido pelo que possui também é muito importante para experimentar a ação de Deus. Às vezes, focamos nossa atenção no que falta, mas nos esquecemos de agradecer o que já temos. Na verdade, deveríamos agradecer a Deus sempre, inclusive por aquilo que não recebemos, pois, se tivermos a paciência necessária com o tempo, acabamos por perceber que o que tanto pedimos, na verdade, não seria o melhor para nós. Então, em todo caso, é preciso confiar, antes de tudo, no amor de Deus e agradecer. Até porque, as Sagradas Escrituras nos lembram que “se Deus cuida das aves do céu e dos lírios do campo, muito mais cuidará de nós que somos seus filhos.” (Mateus 6,26) E como é bom saber que temos um Pai que nos ama e está disposto a nos ajudar também em meio às provas que a vida oferece! Portanto, confiemos em seu amor e deixemo-nos conduzir por Ele, pois a confiança é importante em todos os sentidos, e para viver da Divina Providência é fundamental.

Dijanira Silva – Missionária da Comunidade Cançao Nova

Preciso contar tudo o que acontece comigo para o meu cônjuge?


Meu cônjuge precisa saber de tudo?

A Igreja ensina que o pecador está obrigado a contar os seus pecados ao sacerdote na confissão, para que Deus o perdoe mediante um sincero arrependimento, mas não obriga que um cônjuge, que cometeu alguma falta, conte ao outro o seu erro. Isso depende da decisão de cada um, da necessidade do outro saber do fato cometido, especialmente para ajudá-lo a vencer o tipo de queda em que caiu ou também para a união do casal.

Resultado de imagem para Preciso contar tudo o que acontece comigo para o meu cônjuge?

Há cônjuges maduros que estão preparados para receber uma notícia desagradável, sem se abalar profundamente e sem prejudicar a família, mas há outros que não têm a mesma maturidade e podem perder a paz. Tudo isso precisa ser analisado e, se necessário, ser objeto de um bom aconselhamento. O mais importante, portanto, é que quem errou logo se arrependa e se confesse diante de Deus e do seu ministro, para receber o perdão e a paz de consciência. Revelar ou não ao outro o seu erro deve ser objeto de reflexão e bom aconselhamento. Não é um decisão sempre fácil, por isso é necessário pedir ajuda.

O pecado do adultério

No caso do grave pecado de adultério, quando foi apenas um falta sem que houvesse um caso que se repetisse, alguns sacerdotes orientam que o culpado não conte ao cônjuge o seu erro, para evitar que haja uma separação do casal e o prejuízo para os filhos. Há cônjuges que aceitam perdoar a queda do outro, mediante um arrependimento sincero declarado e o desejo de não mais repetir o erro. No entanto, há cônjuges que não aceitariam dar o perdão ao culpado, mesmo diante de um pedido de perdão e arrependimento, e buscam a separação. É por isso que algum sacerdote pode aconselhar o pecador a não contar seu pecado ao outro, mas isso é uma decisão do cônjuge culpado.

Para uma reflexão mais aprofundada sobre essa questão, é bom lembrar que o Catecismo diz que a Igreja pode perdoar qualquer pecado se a pessoa se arrepender e quiser mudar de vida:

§982. “Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mau e culpado que seja, que não deva esperar com segurança a seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero.” Cristo, que morreu por todos os homens, quer que, em Sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado”.


O que diz o Código de Direito Canônico da Igreja?

É interessante refletir também sobre o que diz o Código de Direito Canônico da Igreja quando fala da separação de um casal por causa do adultério:

Cânon. 1151- “Os cônjuges têm o dever e o direito de manter a convivência conjugal, a não ser que uma causa legítima os escuse. Cânon. 1152 – § 1. Embora se recomende vivamente que o cônjuge, movido pela caridade cristã e pela solicitude do bem da família, não negue o perdão ao outro cônjuge adúltero e não interrompa a vida conjugal; no entanto, se não tiver expressa ou tacitamente perdoado sua culpa, tem o direito de dissolver a convivência conjugal, a não ser que tenha consentido no adultério, lhe tenha dado causa ou tenha também cometido adultério.

§ 2. Existe perdão tácito se o cônjuge inocente, depois de tomar conhecimento do adultério, continuou espontaneamente a viver com o outro cônjuge com afeto marital; presume-se o perdão, se tiver continuado a convivência por seis meses, sem interpor recurso à autoridade eclesiástica ou civil.

§ 3. Se o cônjuge inocente tiver espontaneamente desfeito a convivência conjugal, no prazo de seis meses, proponha a causa de separação à competente autoridade eclesiástica, a qual, ponderadas todas as circunstâncias, veja se é possível levar o cônjuge inocente a perdoar a culpa e a não prolongar para sempre a separação.

A Igreja sempre espera que o perdão supere o ódio e a reconciliação aconteça mesma no caso de um adultério ocorrido. Evidentemente, com o devido arrependimento e mudança de vida. É sempre uma mostra de grandeza de alma saber perdoar, mesmo quando a pessoa foi ferida gravemente na sua intimidade.

Felipe Aquino