O casal é um novo dentro das comunidades, um novo que precisa ser acolhido, compreendido, entendido. Estamos preocupados, pois a comunidade não está sabendo tratar com este desafio, na sua entrega a Deus e acolhermos ao Espírito e nos entregarmos a Ele.
Ao falarmos de comunidade não podemos deixar de falar e voltar ao principio criativo, não podemos cair no que o mundo vem pregando, que os modelos de família estão passados e que precisam de outros modelos de família, mas esse modelo Jesus já apresentou, a solução não está em criar novos modelos, mas voltar ao modelo que Deus criou.
Nós que somos casados e pertencemos a uma comunidade seja vida ou aliança, pois não há diferença, devemos buscar um modelo que comporta escolhas e referências, se eu lhes perguntar: vocês querem ser como Adão e Eva ou José e Maria? Vocês dizem como José e Maria, mas porque vocês se comportam como Adão e Eva?
Uma família consagrada, aquela que se dedica a Deus, o casal independente de pertencer a comunidade, ele tem a obrigação da santidade. Se nós que somos novas comunidade não soubemos valorizar o valor que o matrimônio tem, quem é que vai valorizar? Se não valorizarem, então teremos muitos problemas.
O espaço das famílias precisa ser reservado. Os cônjuges que são consagrados, que já assumimos uma consagração, na comunidade que somos casados ela [consagração] se reveste, com tudo aquilo que eu assumi no meu batismo e matrimônio, eu coloco isso diante do carisma da comunidade. Uma consagração não se sobrepõe a outra, elas se complementam.
E nesse sentido é maravilhoso, acolher as famílias. Deus está chamando as famílias para se consagrarem, que bom para as comunidade receberem as famílias, e que bom para as famílias pertencerem as comunidades. É uma riqueza para as famílias pertencer as comunidades. É bonito ver os diversos estados de vida convivendo, algo talvez já mais pensado na Igreja , a riqueza da sadia convivência, entre homens e mulheres, entre os diferentes estados de vida.
Os filhos são o elemento fundamental para as famílias, as novas comunidades não podem de forma alguma desprezar a figura dos filhos, precisam ter consideração, as comunidades que acolhem os casais novos, precisa saber que elas estão acolhendo também os filhos.
Juntamente com os pais, as comunidades precisam saber respeitar a vocação de cada um, é muito normal que nós pais queiramos que os filhos sigam nossos caminhos de consagração, mas muita vezes esquecemos que a opção por comunidade foi nossa, precisamos desejar a vontade de Deus na vida de nossos filhos, ensiná-los a procurar a vontade d’Ele.
O papel dos pais é orientar e educar, portanto nós vemos acontecer em alguma comunidade, exigindo o mesmo comportamento daquele casal e isso pode trazer uma série de consequências negativas. Eu não posso exigir dos filhos o mesmo comportamento dos pais, os filhos terão que respeitar as regras da comunidade, mas não se pode exigir o mesmo comportamento, que é exigido de um consagrado.
O casal precisa ter o espaço para viver seu espaço. E a Igreja nos alerta isso, muitos bispos não aprovam as comunidades, onde os casais não tem seu espaço, as famílias precisam dar testemunho, de como viver, as vezes as comunidade atropelam tanto, que as famílias não tem tempo para si mesmas.
As comunidades precisam respeitar as regras que estão acima das regras do estatuto, que é a regra do matrimônio.
Precisamos respeitar toda decisão, a opção vocacional dos filhos, pois senão os filhos se revoltam contra os pais, contra as comunidades, contra Deus, o que é pior. Se as pessoas que se revoltam contra nós, não se revoltassem contra Deus, ainda tinha uma esperança, mas não. E com isso, o coração dos filhos se fecham para Deus, para o que Deus tem para ele, mesmo que nossos filhos queiram fazer suas vocações, serão de Deus, pois nasceram num berço que soube respeitar sua identidade, individualidade. Se educamos, a maior garantia que temos é que nossos filhos farão a vontade de Deus. A educação que demos a eles nada e ninguém no mundo irá tirar, mesmo que eles se desviem um pouco, nada nem ninguém irá tirar o que foi plantado neles.
A atitude mais correta na educação, é aquele equilíbrio de amor e firmeza, os pais que são firmes de mais ou amor de mais, não consegue resultados positivos, pois sempre que precisamos ser firmes, faremos com amor.
A pior crise que temos é a da autoridade, não são os filhos que perderam a obediência, são os pais que perderam a autoridade, a falta de equilíbrio entre o autoritarismo, ou a liberdade, então colocaremos os filhos na crise de obediência.
Se a comunidade tira o tempo de família, ela precisa fazer um revisão, pois toda comunidade tem mais trabalho do que mão de obra, e o tempo da família, precisa ser sempre respeitado, mas que respeitado, precisa ser privilegiado. Será que este tempo não está sendo roubado? Nós fundadores temos que tomar cuidados para que não estejamos roubando esse tempo das famílias, não há como separar uma consagração.
Precisamos educar nosso filhos não querendo que eles façam a nossa vontade, mas a vontade de Deus.
Transcrição e adaptação: Regiane Calixto
Fonte: Canção Nova.com | www.cancaonova.com