terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Qual a vontade de Deus para os esposos?


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O casal só viverá bem se cada um tiver Deus no coração; pois é a sua graça que mata em nós as ervas daninhas que podem destruir o casamento

A família começa no matrimônio; por isso a Igreja exige do casal de noivos no altar um “juramento de fidelidade” até a morte, sem o quê a família não tem sustentação. A infidelidade conjugal é a grande praga de nossos dias e que vai corroendo os lares.

Para fazer a vontade de Deus, a esposa e o esposo devem ser fieis um ao outro,  em tudo; viver para o outro e para seus filhos; nunca desejar outra pessoa e jamais ter intimidades com outros, seja por palavras ou atos. Hoje vemos alguns casamentos se acabarem por causa de mulheres que conhecem outros homens pela internet e acabam se apaixonando por eles. E o mesmo se dá com alguns homens. Qualquer desejo consentido por outro é traição e infidelidade conjugal.

São Paulo já falava claro para ambos há dois mil anos atrás.

“Considerando o perigo da incontinência, cada um tenha “sua mulher”, e cada mulher tenha “seu marido”.  O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma forma também a esposa o cumpra para com o marido. A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa. Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois retornai novamente um para o outro, para que não vos tente Satanás por vossa incontinência” (1Cor 7,2-5).

Para fazer a vontade de Deus, marido e mulher devem buscar a cada dia chegar onde Ele quer que todo casal chegue: “Sereis uma só carne” (Gn 2, 24); isto é, serem unidos. Que nada os separe, que nada seja motivo de brigas, nem a moda, nem o dinheiro, nem os bens, nem os parentes, nem a religião, nem os programas e passeios, nada. Que tudo seja combinado, sem brigas e sem egoísmos, pois um casal egoísta é como duas bolas de bilhar, só se encontram para chocarem e se separarem.

Se o casal não for unido, se não viver o amor de Deus como Jesus ensinou; e como São Paulo ensina na Carta aos coríntios (1Cor 13), o lar não será feliz, não haverá paz para os filhos, e seu desenvolvimento não será harmonioso. Muitos filhos não gostam do próprio lar porque nele não há paz e amor. Como um jovem desse pode ser feliz?

O casal só viverá bem se cada um tiver Deus no coração; pois é a sua graça que mata em nós a erva daninha do egoísmo, do orgulho, da vaidade, da arrogância, prepotência, autossuficiência, amor próprio, ganância, ira, inveja, preguiça, maledicência, infidelidade, etc., e tudo o mais que destrói os casamentos.

É o amor de Deus e a sua graça que darão ao casal a força da fé, da esperança nas horas difíceis, a coragem nos grandes desafios da caminhada conjugal. Sem Deus o casal não terá bom diálogo, paciência, tolerância com os erros do outro, carinho a ser dado e resistência contra os embates da vida.

São Pedro tem palavras de exortação aos esposos:

“Vós, também, ó mulheres, sede submissas aos vossos maridos. Se alguns não obedecem à palavra, serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples procedimento de suas mulheres, ao observarem vossa vida casta e reservada… tende aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus… Do mesmo modo vós, ó maridos, comportai-vos sabiamente no vosso convívio com as vossas mulheres, pois são de um sexo mais fraco… Tratai-as com todo respeito para que nada se oponha às vossas orações” (1Pe 1, 1-7).

No casamento, o casal deve realizar a vontade de Deus vivendo o mandamento: “Deus os abençoou: “Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a” (Gn 1, 28).

É vontade de Deus que o casal cresça na convivência mútua; e o fermento desse crescimento é o amor, a renúncia, a abnegação, sabendo cada um “dizer não a si mesmo” para dizer sim ao outro. Por outro lado, a missão do casamento é gerar os filhos de Deus; os futuros cidadãos do céu; por isso, um controle de natalidade baseado no egoísmo, no comodismo ou no medo deve ser evitado. A Igreja ensina aos casais que os filhos são uma bênção de Deus; o Catecismo diz que:

“A fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização.” (§ 2366).

“A Sagrada Escritura e a prática tradicional da Igreja veem nas famílias numerosas um sinal da bênção divina e da generosidade dos pais” (§2373; GS, 50,2).

E conclui: “os filhos são o dom mais excelente do Matrimônio e constituem um benefício máximo para os próprios pais” (§ 2378).

Prof. Felipe Aquino